De olho no referendo de domingo, que vai decidir sobre a proibição ou não da venda de armas e munição no Brasil, a Frente Parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa e alguns Conselhos de Segurança (Consegs) realizaram ontem, em Curitiba, uma carreata que percorreu quatro bairros da cidade para um corpo-a-corpo com os eleitores. A carreata saiu do Água Verde, passou pelo Centro, pelo Seminário e terminou na Vila Guaíra. Mesmo assim, não juntou muita gente, pois segundo o presidente do Conseg da Vila Guaíra, Antônio Carlos Wagner, o horário (começou às 16h) e o dia de semana impediram um comparecimento maciço.
Explica, porém, que haverá outra carreata amanhã. "Aí teremos certamente um grande comparecimento." Ontem também foi o último dia da divulgação da propaganda gratuita obrigatória no rádio e na televisão sobre o referendo. Desde o dia 1.º de outubro, as frentes parlamentares Por um Brasil sem Armas, que defende a proibição, e Pelo Direito da Legítima Defesa, a favor do comércio de armamento, veicularam 1.520 minutos de propaganda, incluindo as inserções durante a programação das emissoras de TV e de rádio. Para Wagner, o recado do "Não" foi passado. "Tanto que conseguimos inverter as pesquisas iniciais que davam a vitória do "Sim’", analisa.
Para a presidente do Conseg do Seminário, Adriana Tissot, a adesão nos bairros que tem o órgão é quase que unanimemente favorável à continuação do comércio de armas. "Acredito que a propaganda na TV não teve muita influência contra nós", diz. Na sua opinião, a frente favorável ao desarmamento saiu perdendo. "Muita gente que estava desinformada tirou suas dúvidas e percebeu que as coisas não iriam se transformar num paraíso da noite para o dia."
