O carpinteiro João Ferreira de Braga, de 40 anos, morreu ontem em frente à Maternidade Curitiba, na Avenida Kennedy. O patrão dele, Antônio Brass, afirma que a maternidade teria negado atendimento. Mas a direção do hospital alega que não prestou socorro porque o carpinteiro já estaria morto.
João estava no trabalho e começou a passar mal enquanto almoçava. Dois de seus amigos pararam um carro que passava pela rua e pediram ajuda para levá-lo até um posto de atendimento. Uma das administradoras do hospital, que não quis se identificar, conta que os dois homens deixaram o carpinteiro caído no outro lado da rua e entraram no hospital pedindo ajuda. “Mas a gente não sabia do que se tratava. Se era um drogado, se o homem estava baleado ou até uma tentativa de assalto”, comenta a administradora. A telefonista teria informado que ali não realizavam o atendimento, mas diante do desespero dos dois chamou uma auxiliar de enfermagem que foi verificar o estado de saúde do carpinteiro. Depois ela teria chamado um médico que constatou a morte de João.
A administradora afirma que não houve demora no atendimento. Mas Antônio afirma que tem várias testemunhas de que os funcionários do hospital só teriam ido até o local quando a policias da Delegacia de Homicídios (DH) chegaram para atender a ocorrência. “Eles não atenderam”, enfatiza. Antônio pretende esperar pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML) para abrir um processo. Segundo o delegado da DH, Lauro Gritter, foi feito um boletim de ocorrência e vai ser instaurado inquérito para apurar se de fato houve negligência.