O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu ontem, em Curitiba, uma maior integração dos setores de segurança com a proteção do meio ambiente. Há pouco mais de dois meses no cargo, o ministro – que vem adotando medidas consideradas até certo ponto polêmicas para o setor – voltou a afirmar que, aqueles que insistirem em descumprir a legislação ambiental, “irão sentir a mão pesada das polícias e órgãos ambientais”.

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Minc esteve na capital participando da 7.ª Conferência Executiva de Segurança Pública para a América do Sul, organizada pela IACP (International Association of Chiefs of Police).

Segundo Minc, a área ambiental enfrenta problemas de comunicação com outras áreas do governo federal. A partir de agora, a meta é promover modificações para melhorar esse diálogo. Um setor que gera atritos diz respeito às liberações ambientais. “Vamos aumentar o rigor nos licenciamentos e agilizar a liberação.

Isso não significa que uma licença emitida de forma rápida não será rigorosa”, disse. Outra medida será reduzir o tempo de recursos para quem comete crimes ambientais, pois hoje apenas 5% a 10% das multas aplicadas são efetivamente pagas.

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Mais atuação

Aumentar o poder de fiscalização e atuação das polícias também é uma das medidas defendidas pelo novo ministro. Segundo ele, diversos decretos têm sido assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para implementar essas ações.

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Entre elas, as que criam as funções de guardas parque que permite a policias militares e bombeiros atuem em parques federais, e a guarda nacional ambiental, cargo criado nos estados para atuar na prevenção.

Minc disse ainda que outra idéia é incentivar que as polícias façam termos circunstanciados de ocorrências ambientais, e os casos menores, sejam avaliados pelos juizados especiais, aumentando a agilidade nos julgamentos.

Em relação a recursos, o ministro anunciou que os bancos públicos já assinaram um compromisso de só financiar empreendimentos que tenham programas sócio-ambientais. O mesmo acordo deve ser assinado em setembro pelos bancos privados. Na semana passada, o presidente Lula institui o Fundo Amazônia.

Pela norma, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode captar recursos privados a partir de doações voluntárias, sejam nacionais ou estrangeiras, para investir em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.

A meta do Ministério do Meio Ambiente é em um ano obter US$ 1 bilhão. Minc garantiu que outros fundos semelhantes serão criados para a Mata Atlântica e Pantanal.