A cardiologia nuclear é um dos métodos mais avançados no diagnóstico de problemas no coração. Consegue quantificar o risco de um paciente ter um enfarte, podendo, por exemplo, avaliar se uma cirurgia é realmente necessária. No entanto, em Curitiba, a tecnologia não está disponível aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O cardiologista João Vítola comenta que a tecnologia poderia diminuir os custos do sistema com esse tipo de procedimento. O médico lançou ontem, em Curitiba, o livro Nuclear Cardiology & Correlative Imaging, em parceria com a médica americana Dominique Delbeke, da Vanderbilt University Medical Center, do estado do Tennessee.
O cardiologista explica que a medicina nuclear não é uma novidade, mas devido aos avanços tecnológicos, os resultados de diagnóstico evoluíram. “Pessoas que possuem fatores de risco, como fumantes, diabéticos e hipertensos, têm na medicina nuclear uma excelente ferramenta de diagnóstico.”
Se usada com mais freqüência, poderia se reverter em benefícios para o SUS. Vítola comenta que já ofereceu os serviços, mas o convênio foi negado. Para ele, o sistema de saúde do Brasil sai perdendo. A população carente deixa de ter acesso a exames de alta tecnologia e em muitos casos poderia evitar a realização de cirurgias desnecessárias. “Seria um investimento mais caro no início, mas se reverteria em economia posteriormente.”
No livro, o cardiologista também aborda outras formas de diagnóstico, mas com o foco na área nuclear. Entre elas, o teste de esforço físico, ecocardiograma e ressonância magnética. Segundo ele, um processo não é melhor do que outro, mas os médicos precisam avaliar a situação de cada paciente e escolher o mais adequado.
O cardiologista trabalha há 15 anos na área e se dedicou durante três anos à produção do livro, que já foi lançado em Nova York, se tornando um best seller. “Era uma necessidade ter um livro desse para a comunidade internacional. Como o objetivo era abranger o maior número de pessoas, foi escrito em inglês”, comenta. A obra também foi lançada na Europa, Japão e América Latina. O próximo passo será traduzir a obra para o espanhol e posteriormente para o português. O lançamento foi ontem na Associação Médica do Paraná, com a presença do presidente da Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear, Robert Hendel.