Começar o ano positivamente, sob a proteção de Deus e livre de acidentes de trânsito. Esse era o desejo dos cerca de 30 mil motoristas que passaram ontem pela Igreja Nossa Senhora das Mercês (dos Capuchinhos), em Curitiba, para a tradicional bênção de veículos da primeira sexta-feira do ano. Nem a chuva que caiu à tarde e causou lentidão no trânsito fez com que os fiéis deixassem de passar para benzer os carros.

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A bênção teve início em 1951, quando muitos carroceiros seguiam em direção ao bairro de Santa Felicidade e, nos primeiros dias de cada ano, paravam em frente à paróquia para benzer suas carroças e animais. Naquela época, muita gente também acreditava que a primeira sexta-feira do mês de janeiro era um dia de azar.

“O povo brasileiro é muito supersticioso. Por isso, nada melhor do que começar o ano se programando positivamente, em harmonia com Deus e de bem com a vida. Além da bênção de carros, dentro da igreja damos bênçãos especiais às pessoas e benzemos objetos. Muita gente traz chaves de casa, fotos, documentos, carteira de trabalho e outros objetos a serem benzidos”, afirmou o pároco responsável pela igreja, frei Alvadi Marmentini.

Apesar de bastante positiva, a bênção do carro não é tida como um ritual mágico e que evita, por si só, que as pessoas se envolvam em acidentes. Segundo o frei, além de receber a bênção, os motoristas devem se preocupar em respeitar as leis de trânsito, não ter pressa, evitar a combinação álcool e direção e controlar a própria agressividade, agindo sempre com respeito ao próximo.

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“O carro não age por si só e é a extensão da energia da pessoa que o dirige. Por isso, ao volante, os motoristas devem estar tranqüilos e atentos à própria segurança e à das demais pessoas.”

No total, 26 freis capuchinhos participaram da bênção. Eles contaram com o apoio de agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) e de 60 voluntários, que realizavam a coleta de ofertas feitas pelos motoristas e distribuíam um jornal, que informava sobre a bênção e as leis de trânsito, dado no lugar dos tradicionais santinhos. Para quem não pôde participar da bênção ontem, os freis também a realizam todos os dias úteis, em horário comercial.

Proteção

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O estofador Márcio Casagrande foi um dos motoristas que passaram pela igreja na manhã de ontem. Com a bênção, ele buscava proteção para si e para a família. “Acho que a bênção ajuda a dirigir com segurança. Com certeza, mal não faz”, comentou.

O mesmo pensa o profissional de vendas Antônio Ribas, que recebe a bênção da primeira sexta-feira há dez anos. “O trânsito está muito complicado e é importante se proteger. Graças a Deus, a bênção tem me ajudado bastante.” Já a atendente comercial Elizabete Ferreira levou a moto para benzer.

“Com a benção, as pessoas ficam mais conscientes sobre a importância de obedecer as regras de trânsito. Todo ano participo e, para mim, é muito importante.”