Entre cem a duzentas pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas de raios. O levantamento é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que calcula que um número ainda maior de pessoas sobrevive às descargas elétricas mas fica com seqüelas. O País tem uma grande incidência de raios, devido a sua extensão territorial e localização geográfica. Para estudar esse complexo fenômeno físico, apresentando alternativas para evitar acidentes e danos a indústrias e sistemas elétricos, foi aberto ontem, em Curitiba, o 7.º Simpósio Internacional de Proteção de Descargas Atmosféricas, que prossegue até sexta-feira.
Representantes de vinte países estão participando do evento, onde estão sendo apresentadas as mais recentes inovações tecnológicas, em nível mundial, nas áreas de aterramento e proteção contra descargas atmosféricas e seus efeitos. O simpósio é bianual e organizado pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo.
De acordo com o coordenador do simpósio, Alexandre Piantini, a preocupação em se buscar alternativas para os efeitos das descargas é mundial, já que os fenômenos trazem, normalmente, conseqüências graves ou danosas. “Neste evento vamos discutir técnicas para que os sistemas sejam melhorados, já que a cobertura total de um sistema é inviável financeiramente”, afirmou. As redes de distribuição de energia, por exemplo, são muitas longas, o que inviabiliza uma proteção de 100%. Porém existe um índice estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel) que as concessionárias precisam cumprir, em ternos de números e duração de interrupções de energia.
Cuidados
O raio é caracterizado por uma corrente elétrica de 2 mil ampères a 100 mil ampères. Em média, um raio tem de 30 a 35 mil ampères. Para efeito de comparação, a corrente elétrica de um chuveiro varia de 30 a 35 ampères. Quando uma pessoa é atingida pelo fenômeno, pode entrar em óbito instantaneamente. Mas se ação for indireta, pode causar problemas como distúrbios psíquicos, perda da audição e problemas de visão.
Segundo Alexandre Piantini, para evitar os acidentes, é recomendado quando houver incidência de raios, ficar longe de árvores, postes ou lugares altos. Também não se deve permanecer dentro d?água, porque quando a descarga atinge a água, a corrente elétrica se espalha. Se a pessoa estiver em um lugar descampado, Piantini recomenda ficar abaixado ou com uma perna encolhida, para que os membros não funcionem como dois pólos por onde pode passar corrente elétrica.
