Curitiba registra cerca de 600 novos casos de aids por ano, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. De 1984 a 2002, foram confirmados 5.466 casos, sendo 3.888 entre homens e 1.578 entre mulheres. O que chama a atenção é que enquanto no geral a proporção é de uma mulher para dois homens infectados, na faixa etária de 13 a 19 anos a proporção se inverte: há dois casos de garotas infectadas para um garoto. “Geralmente a adolescente inicia a vida sexual com um parceiro mais velho, que já teve outras relações. E quando considera que a relação é estável, começa a usar pílula e pára de usar preservativo”, aponta Mariana Thomaz, coordenadora municipal da DST/Aids.

Esses e outros dados estão sendo apresentados e debatidos desde ontem no Hotel Mabu, em Curitiba, onde acontece a oficina de Gestão de Conhecimento HIV/Aids para Cidades Brasileiras. Ao todo, 15 municípios – além de Curitiba – de todo o País estão participando, entre eles Camaragibe, Recife, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo, Santo André, Santos e Itajaí. O evento é uma promoção da Unitar, Uniaids e Ministério da Saúde, e o objetivo é promover a troca de experiências entre as cidades a partir de um questionário em que são apontados os pontos fortes e os fracos de cada município, em se tratando do combate à aids. “Curitiba, por exemplo, tem dois pontos fortes, que são a descentralização do teste de HIV – realizado em todas as unidades de saúde desde dezembro de 2001 – e o programa Mãe Curitibana, que tem conseguido reduzir o número de casos passados da gestante para o filho”, conta Mariana. Segundo ela, desde março de 99, quando foi implantado o programa, foram registrados 511 gestantes com o HIV. Dessas, 153 teriam passado o HIV para o filho, mas apenas 16 crianças estariam efetivamente com a doença. “Conseguimos reduzir em mais de 30% o número de casos de HIV entre recém-nascidos.”

Quanto ao ponto fraco, Mariana cita programas de redução de danos, que poderiam ser melhorados. “Ainda é um espaço que temos muito a avançar”, reconhece. Entre os programas de redução de danos inclui se a distribuição de kits para drogados, com agulha, seringa, garrote, por exemplo.

No Brasil, estima-se que o número de casos de aids seja de 257.780, no período de 1984 a 2002. O número de portadores de HIV, no entanto, é muito maior: calcula-se cinco pessoas portadoras para cada caso confirmado.

O encontro termina amanhã, quando será selado o compromisso de criar um espaço virtual (denominado e-work space), para que a troca de experiências seja de fato concretizada.

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