Foto: Fábio Alexandre/O Estado

Everton Souza: abastecimento com água subterrânea ainda é muito pequeno no Paraná.

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A discussão do planejamento do uso dos recursos hídricos é o principal foco do 14.º Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que acontece de 7 a 10 de novembro, em Curitiba. Os defensores da utilização da água subterrânea para o consumo humano são enfáticos. ?É debaixo do solo que está a melhor alternativa de abastecimento para o futuro?, dizem.

Na verdade, segundo o geólogo Everton Souza, a água subterrânea já é a principal fonte de abastecimento em países como a Alemanha e a Áustria. ?A partir de dados comparativos dos sistemas, o da água subterrânea custa 30% a menos?, assegura o geólogo. A explicação é simples, pois a quantidade de água no subsolo é maior do que a de superfície, a mais utilizada para o abastecimento no Paraná. Em todo o planeta, 94% da água está nos oceanos, 2% nas geleiras e perto de 4% subterrânea. ?A porção de água doce de superfície, em lagos e rios, é algo em torno de 0,005%?, diz o geólogo.

Além da maior quantidade disponível, Souza destaca que a água subterrânea dispensa processos de purificação, que costumam ser muito dispendiosos. ?Para a água chegar cristalina às residências, o processo é longo. O sistema de tratamento é longo e envolve muitas etapas e substâncias. No caso da água subterrânea, basta o acréscimo de flúor e cloro?, diz?. O primeiro é exigido pelo cuidado com os dentes e o segundo, para evitar eventuais contaminações no sistema de condução.? Por fim, o uso da água subterrânea evita que grandes áreas sejam alagadas para a formação das represas.

Segundo Souza, apesar de todas as qualidades apontadas pelos geólogos, no Paraná o abastecimento com água subterrânea ainda é muito pequeno, em torno de 20%. ?Em algumas regiões, como no noroeste, o abastecimento por água subterrânea da população chega a 80%. Mas são regiões sem muitos habitantes?, explica, referindo-se à área de abastecimento do Aqüífero Caiuá, um dos quatro mais significativos do estado.

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