A atenção de quem vive em Curitiba e regiões próximas foi direcionada ao céu na manhã de ontem. Em diversos locais, era possível encontrar pessoas com os olhos voltados para cima na tentativa de visualizar dois anéis nas cores do arco-íris que circundavam o sol, que por sua vez também se mostrava envolto em nuvens densas de cor escura. Tratava-se do fenômeno óptico conhecido como halo solar, associado à reflexão da luz.
Segundo o astrônomo e professor do observatório astronômico e planetário do Colégio Estadual do Paraná, José Manoel Luís da Silva, o halo solar é um fenômeno local (ontem só foi visto nas imediações da capital paranaense), que ocorre quando uma determinada região está envolvida por nuvens dos tipos cirros e cirroestratos, que podem estar localizadas a uma altura de até 12 quilômetros e possuem muitos cristais de gelo.
“O halo solar acontece quando os raios do sol são desviados através dos minúsculos cristais de gelo presentes nas nuvens. Hoje (ontem), em Curitiba, foram verificados dois halos. Porém, podem chegar a ocorrer até oito. O fenômeno é considerado raro em nossas latitudes, sendo mais comum nos pólos, onde a formação de cirros e cirroestratos é mais freqüente”, explica.
Na manhã de ontem, em determinados momentos, os halos se mostravam completos e incompletos. “Também chegou a ocorrer o fenômeno parélio (uma mancha brilhante percebida no halo solar, que muitas vezes dá às pessoas a impressão de estarem vendo mais de um sol)”.
O halo de diâmetro menor, de acordo com o astrônomo, ia, de dentro para fora, do vermelho para o azul. Já o externo, ia do azul (interno) para o vermelho (externo).
“O halo solar não é um fenômeno que acontece todos os dias. Ele pode ficar anos sem acontecer ou mesmo ser verificada a ocorrência de mais de um em um mesmo ano. Lembro que Curitiba teve um dos mais belos halos solares já percebidos em 12 de novembro de 1974. Aquele fenômeno teve características muito semelhantes ao de hoje (ontem).”