Apesar das diversas campanhas que alertam para os perigos do cigarro, a taxa de fumantes ainda é alta nas grandes e pequenas cidades brasileiras. Só em Curitiba, segundo dados do Ministério da Saúde, 18% da população é adepta do tabaco.
A capital paranaense também tem a quarta maior taxa de prevalência de tabagismo feminino entre as capitais: 16%.
?Nos últimos cinco anos, o número de fumantes tem diminuído significativamente. Entretanto, os índices de tabagismo ainda são preocupantes?, diz o médico pneumologista presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Jonatas Tas Reichert. Ontem, na Praça Rui Barbosa, em Curitiba, ele participou de ações relativas ao Dia Internacional de Combate ao Fumo, celebrado hoje.
Foto: Lucimar do Carmo |
O número de fumantes tem diminuído significativamente. Entretanto, índices ainda são preocupantes. "Jonatas Tas Reichert, médico, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia." |
Entre as mulheres, o fumo está se tornando cada vez mais a principal causa de câncer. Segundo Reichert, nos Estados Unidos o número de mulheres vítimas de câncer de pulmão já supera a quantidade de pacientes com câncer de mama, neoplasia que sempre foi a mais comum entre as representantes do sexo feminino.
?O que acontece nos Estados Unidos vem se refletindo no mundo inteiro. No Brasil, a incidência de câncer de mama ainda é maior do que de pulmão entre as mulheres. Entretanto, também caminhamos para uma ultrapassagem.?
A precocidade com que as pessoas começam a fumar também é preocupante. Uma pesquisa realizada ano passado pelo Ministério da Saúde, batizada de Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigiescola), demonstrou que 30% dos meninos e 51% das meninas que vivem em Curitiba e têm menos de 17 anos já experimentaram cigarro.
A taxa de fumantes entre os representantes da faixa etária é de 11%. ?Até os 9 anos, os jovens são influenciados a fumar em casa, pelos pais fumantes. Dos 9 aos 15 anos, a influência principal são os amigos?, cita. Geralmente, esses adolescentes começam a fumar para fazer parte de um grupo e para se sentirem adultos. ?Porém, a propaganda do tabaco é bastante agressiva e também influencia. Ela costuma ser voltada para todas as faixas etárias, mas tem os jovens como alvo principal?, complementa.
Segundo o pneumologista, a dependência do tabaco acontece em três níveis: condicionada, quando se tem o hábito de fumar; psicológica, quando o cigarro é utilizado como forma de aliviar problemas e gera bem-estar; e química. Em todo o mundo, apenas 5% dos fumantes conseguem largar o vício sozinhos. Por isso, orientação médica especializada e utilização de medicamentos nicotínicos ou não nicotínicos são bastante recomendados para solucionar o problema.
Monoxímetro
Em função do Dia Internacional de Combate ao Fumo, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba colocou ontem à disposição da população o monoxímetro. O equipamento, que pôde ser utilizado gratuitamente, mede a quantidade de monóxido de carbono existente no organismo das pessoas.