Os oito cantineiros que fizeram acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), concordando em deixar as lanchonetes instaladas dentro do Porto de Paranaguá, foram transferidos ontem para o novo espaço construído para abrigar os estabelecimentos. Os demais, que tinham as lanchonetes na avenida que dá acesso ao porto, entraram na Justiça pedindo indenização, mas perderam. Agora vão ter que participar de processos de licitação para ocupar as outras instalações.
O comerciante Edvaldo dos Santos trabalhou durante 16 anos dentro do Porto de Paranaguá vendendo lanches e refeições. Ele preferiu fazer acordo com a Appa para poder continuar trabalhando. A cantina dele e de outros sete colegas foi transferida para a avenida que dá acesso ao porto. Edvaldo não gostou do tamanho das novas instalações. O seu estabelecimento tinha 60 metros quadrados e agora vai ter que se arranjar em um lugar com 15 metros quadrados. "Vamos pedir futuramente para ampliar o espaço", disse.
Mas se por um lado o espaço não agradou, Edvaldo vê boas chances de lucro. As cantinas estão perto de sindicatos, armazéns e silos. "Podemos atender a toda essa gente", fala. Já os cantineiros que antes ocupavam o lugar tiveram suas lanchonetes demolidas por determinação da Justiça. A pista dá acesso ao portão principal do cais. Como o grupo não entrou em acordo com a Appa, vai ter que disputar as sete cantinas que sobraram na avenida e as outras 35 construídas no pátio para caminhões. O processo deve começar no início do próximo ano.
O chefe de gabinete da superintendência, Maurício Vitor de Souza, diz que a retirada dos cantineiros fazia parte de um projeto de revitalização do porto. As lanchonetes antigas funcionavam em condições precárias de infra-estrutura e higiene: não tinham nem banheiro. Além disso, a retirada das cantinas de dentro do porto também foi uma exigência do Código Internacional de Segurança – ISPS Code. Ao todo, a Appa investiu R$ 84,5 mil.