Candidatos melhoram nível das redações na PUC

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23 professores estão
avaliandoas redações.

A cada ano a qualidade dos textos dos candidatos do vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) está melhorando. Essa é a constatação dos professores que estão avaliando desde a última sexta-feira, todas as redações desenvolvidas pelos estudantes no concurso realizado na semana passada. Até a divulgação dos resultados, no dia 12 de janeiro, 27.892 textos passarão pela análise de 23 professores, que estão divididos em duas equipes. As notas alcançadas com a redação podem ser decisivas para assegurar uma das 7.760 vagas disponibilizadas pela instituição.

Este ano, diferente de 2003, dois assuntos tiveram que ser desenvolvidos pelos candidatos, sendo um dissertativo e outro argumentativo. Conforme a avaliação dos professores, essa estrutura acabou favorecendo o candidato. Os 13.946 estudantes que participaram do concurso tiveram que escrever no mínimo 10 linhas e no máximo 13 linhas nas redações. A primeira era uma análise de um gráfico sobre o desemprego. A segunda opção tratava da defesa da legibilidade dos textos para se comunicar com eficiência. "Com o modelo de avaliação passado, o candidato tinha apenas uma chance para desenvolver o texto e não podia zerar. Dessa vez, em pelo menos uma das redações ele pode conseguir uma nota boa", explicou a professora Rossana Fnau.

No geral, os docentes ressaltaram que foi o ano em que os textos apresentaram maior qualidade e creditam isso ao fato do aumento da leitura. Esse seria o fator essencial para poder desenvolver um texto de alto nível. "Percebemos que para desenvolver os dois temas é preciso ter um conhecimento geral, e isso pode ser feito por meio da leitura. É essencial e torna-se um diferencial entre o aprovado e o desclassificado. A criatividade também conta muito ponto", completou a professora Marcella Lopes Guimarães.

Defeitos

Entre as poucas deficiências encontradas nas redações, destaque para a falta de estruturação de frases, que acabavam tirando o sentido do texto. "Isso gera uma confusão, mas o aluno tem boas idéias. Ele só não consegue passar isso para o papel. É comum acontecer com muitos dos candidatos", afirmou o professor Afonso Locks.

Além disso, conta ele, alguns candidatos mais "engraçadinhos" deixam a prova em branco ou escrevem pequenos bilhetes, como "já passei em outra universidade e não preciso escrever essa redação".

Os erros de grafia e a falta de legibilidade não foram problemas para a correção dos textos, afirmaram os professores. E os modelos tradicionais de redação adotados pelos cursinhos, disse o professor Afonso, também não influenciaram no resultado. "Em anos anteriores, os alunos ficavam bitolados a desenvolver um texto num modelo apresentado pelos cursos preparatórios para o vestibular. Isso inibe a criatividade e só atrapalha", completou.

Ainda não se sabe se esse modelo de redação será novamente adotado no próximo vestibular. A comissão do concurso deve se reunir em 2005 para analisar como funcionará a avaliação. "Tudo depende de reuniões que serão realizadas com toda a comissão. Esse método agradou e pode vir a ocorrer em outro concurso, mas não tem nada confirmado", informou o coordenador da correção de redações do vestibular da PUCPR, professor Jayme Bueno.

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