Campo Mourão é o município pólo
da região Centro-Oeste do Paraná.

Município-pólo da região Centro-Oeste do Estado, Campo Mourão comemora hoje, o 55.º aniversário de emancipação político-administrativa. O transcurso da data de criação do município será marcado com a realização de desfile e a realização da 22.ª Exposição Feira Agropecuária, Comercial e Industrial (Expocampo), que foi aberta ontem e vai se estender até domingo.

Os últimos anos foram marcados por mudanças e a concretização de antigas aspirações dos mourãoenses. É o caso do novo complexo da Santa Casa – o maior e mais bem equipado hospital filantrópico da região -, que levou doze anos para ser concluído e que entra em funcionamento nos próximos dias. Recentemente, também foi concluído e liberado ao tráfego o segundo e último trecho do anel viário, outra obra pleiteada há décadas e que estava em construção desde 1993.

Outra antiga reivindicação da população de Campo Mourão e da região era a ampliação do ensino superior. A cidade, que até 1997 contava com apenas seis cursos superiores e uma faculdade, agora já dispõe de 21 cursos de graduação, inclusive Agronomia, Engenharia de Produção Agroindustrial, Direito e Veterinária. Mais dois curso estão em fase de criação: Engenharia Mecânica e Engenharia Eletrônica. A cidade tem atualmente três instituições de ensino superior: uma federal (Cefet), uma estadual (Unespar/Fecilcam) e uma particular (CIES).

A transformação de Campo Mourão em pólo regional de ensino superior e também em referência na área de prestação de serviços médico-hospitalares já começa a provocar também mudanças na economia do município. Desde 1997, os gastos da Prefeitura de Campo Mourão com educação têm girado entre 30% e 35% dos tributos arrecadados, enquanto a Constituição exige a aplicação mínima de 25%. Já a área da saúde foi contemplada no ano passado pela administração municipal com 17,5% dos tributos arrecadados, enquanto a legislação federal determinava a aplicação mínima de 8,6%.

Por outro lado, a cidade sedia a maior cooperativa singular da América Latina – a Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo) -, que vem ampliando seus investimentos na área industrial. É o caso, por exemplo, da Colacril Paraná Auto Adesivos (a maior empresa do gênero na América Latina), que instalou-se na cidade em 2000. Em toda a história do município, foi o maior empreendimento atraído de outro centro. “Campo Mourão vem, ao longo dos últimos anos, criando a estrutura para consolidar sua economia, o que já começa a resultar na geração de mais emprego e renda”, salienta o prefeito Tauillo Tezelli. “A qualidade de vida ofertada hoje por Campo Mourão, a estratégica posição num dos principais corredores do Mercosul e uma série de fatores vêm atraindo o interesse de novos investidores, o que vai resultar na crescente geração de empregos e renda.”

Natureza

Apenas os parques, praças e áreas verdes protegidas -Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – representam 99,7 metros quadrados por habitante em Campo Mourão. A cada três meses, mais de 40 mil mudas de flores da época são plantados nos canteiros localizados em praças, parques e vias públicas. Neste ano, foi inaugurado o aterro sanitário, pondo fim ao “lixão” que funcionou durante mais de 20 anos na Vila Guarujá. Outros vinte bairros também já contam com coleta seletiva de lixo.

Terra do Carneiro no Buraco

Há 12 anos, sempre no segundo domingo de julho, Campo Mourão promove a Festa Nacional do Carneiro no Buraco, que desponta como um dos maiores eventos gastronômicos do Sul do País. Na festa deste ano, mais de 8 mil pessoas consumiram o prato típico, que se destaca pela forma excêntrica como é cozido – dentro de um buraco cavado no chão -, a multiplicidade de ingredientes, os rituais que cercam a preparação e o sabor.

Criado por pioneiros da cidade, inspirados em um filme de cowboys, a iguaria mistura carne de carneiro, dez tipos de legumes, uma variedade de fruta e oito tipos de temperos. Leva cerca de catorze horas para ser preparado. Dois metros cúbicos de lenha são queimados no buraco de 1,5 metro de profundidade por 1,05 metro de largura antes de o tacho com os ingredientes ser descido com ganchos especiais. O buraco é tampado e o tacho somente é retirado depois de cinco a seis horas, dependendo das condições climáticas. Arroz branco, pirão preparado com o caldo retirado do tacho e salada de almeirão acompanham o prato.

A festa nacional lota os hotéis e pousadas de Campo Mourão e de cidades vizinhas. Mais de uma dezena de entidades filantrópicas, clubes de serviços, colônias e outras instituições locais servem o prato típico na tradicional festa. A programação inclui ainda uma etapa do rodeio universitário, shows, Feira da Agroindústria Familiar, leilão de gado, provas de cavalo quarto-de-milha e outras atrações.

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