Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Imagens produzidas são destinadas à decoração.

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A cidade de Campo Largo, já famosa por sua cerâmica, também vem sendo reconhecida pela produção de imagens de santos. Fundado há três anos, o Atelier Fedalto e Otero já ganhou destaque nacional e  está conquistando o mercado estrangeiro.

Marcelo Fedalto trabalhava como vendedor em uma das lojas de louça da cidade. Começou a pegar algumas peças da produção e fazer pinturas diferentes. Em pouco tempo, suas peças vendiam mais que as produzidas pela fábrica. Anderson Otero era administrador de empresas em Curitiba, mas estava insatisfeito, sabia que sua vocação era para a arte. Assim, os dois amigos decidiram unir seus talentos e aproveitar o potencial da cidade.

Trabalhando principalmente com gesso e cerâmica os artistas investiram em um design diferente, revitalizando as imagens dos santos, muitas vezes cópias deformadas dos originais muito antigos. ?É óbvio que nós não vamos fazer uma imagem de Nossa Senhora branca. O que fazemos é afinar alguns traços, melhorar a vestimenta, deixar a imagem mais moderna?, explica Ânderson. ?Nossas imagens não são destinadas à devoção, e sim à decoração?, completa Marcelo.

A receita funcionou e logo os artistas conquistaram o mercado paranaense. Não demorou muito para, com o auxílio da internet, começarem a vender para lojistas de todo o Brasil. ?Hoje, quem mais compra da gente são os lojistas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro?, comenta Marcelo.

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Mas o sucesso da empresa não parou por aí. Com auxílio da Prefeitura de Campo Largo, o atelier já está vendendo para Portugal e África. Ano passado, os artistas ingressaram no programa Exporta Cidade, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do governo federal. Com a ajuda do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), estão desenvolvendo embalagens, catálogo em quatro idiomas, e tabela de preços em moedas diferentes. ?Num primeiro momento, o fato de se tornar um exportador assusta. Mas o projeto dá toda a estrutura e explica todos os passos, torna-se até simples?, comenta Anderson.

Um dos grandes diferenciais desse trabalho são as diferentes técnicas de pintura. Além do ?barroco italiano?, usada nas imagens tradicionais, os escultores têm duas técnicas exclusivas de pintura, a ?estanho?, que só eles praticam, e a ?madeira?, patenteada pelo atelier, mas já usada por muitos outros artistas. E é justamente essa última pintura que dá à imagem de gesso a impressão de ter sido feita de madeira, a que mais atrai o público. Segundo Anderson e Marcelo, as imagens de São Francisco de Assis e de São Jorge são as mais vendidas. Cada peça custa, em média, entre R$ 30 e R$ 35.

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Além de valorizar a tradicional cerâmica de Campo Largo, o trabalho dos artistas também vem contribuindo para a geração de empregos na cidade. Além das sete pessoas que trabalham diretamente na produção, eles empregam, indiretamente cerca de 50 pessoas, entre fornecedores exclusivos de madeira, gesso e cerâmica, além dos moradores de seu bairro, para quem eles têm repassado o trabalho de pintura básica das imagens. A produção do atelier já supera as 8 mil peças por mês.