A Secretaria Estadual da Saúde intensifica a vacinação contra a raiva em cães e gatos em 62 municípios que fazem divisa com os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e fronteira com o Paraguai, o chamado anel imunológico. Até setembro será concluída série de vacinações que deverá atingir 205 mil animais. Até agora já foram vacinados cerca de 50 mil.
O objetivo desse trabalho é bloquear a entrada do vírus da raiva no Estado. Segundo o coordenador do Programa de Raiva da Secretaria da Saúde, Paulo Guerra, no ano passado foram confirmados dois casos de raiva canina no Paraná, e outros dois neste ano, todos em Foz do Iguaçu. Por isso, a secretaria optou pela intensificação na região durante este mês.
Foz entrou em estado de alerta depois da morte de duas crianças que contraíram a doença na região da fronteira. Em uma semana de trabalho, que envolveu uma equipe de duzentas pessoas, foram vacinados mais de 33 mil animais, dos 65 mil previstos para o período.
A diretora da 9ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu, Márcia Edith de Souza Pinto, informa que outras nove cidades que compõem a regional terão vacinação em agosto. Márcia conta que a secretaria mantém parceria com outras regiões para o repasse de informações sobre a doença. O médico assessor da Divisão de Zoonoses da Secretaria da Saúde, Natal Jataí de Camargo, coordenou no último dia 12 um treinamento para o setor de enfermagem do Paraguai, que abordou atendimento e tratamento de pacientes que tiveram contato com cães raivosos. No mês passado, foi a vez de o secretário Luiz Carlos Sobania participar de uma reunião em Foz com representantes dos municípios que margeiam o Lago de Itaipu e regiões do Paraguai, para discutir o controle de doenças.
Prevenção
Além da vacinação nas regiões de fronteira, a Secretaria da Saúde do Paraná desenvolve ainda um trabalho de monitoramento da circulação do vírus rábico através da coleta e envio de material de animais suspeitos para laboratórios. São feitas cerca de 1.300 amostras por ano no Laboratório Central do Estado (Lacen). As coletas, feitas através das secretarias municipais de saúde, são de animais mortos suspeitos de serem portadores da raiva.
A transmissão da doença ao homem acontece quando o vírus da raiva, presente na saliva do animal infectado, entra no organismo através da pele ou de mucosas por mordedura, arranhadura ou lambedura. No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem é o cão.
O animal infectado apresenta alteração de comportamento (torna-se agressivo, atacando o próprio dono e outros animais), salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança de hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras.
Sempre que uma pessoa for mordida ou arranhada por um cão, explica o coordenador do Programa de Raiva da Secretaria da Saúde, Paulo Guerra, deve lavar imediatamente o local do ferimento com água corrente e sabão e procurar atendimento médico. Se necessário deve iniciar a vacinação preventiva para a que a raiva não se manifeste. Os principais sintomas da raiva no homem são dores de cabeça e comportamento nervoso. A doença não tem cura e leva à morte em até vinte dias.