A reclamação dos buracos e das condições de muitas ruas de antipó de Curitiba foi parar na internet. Basta digitar o endereço www.diganaoaoantipo.com.br para acompanhar as opiniões de moradores de várias regiões da cidade sobre as ruas com este tipo de pavimento.
A mesma campanha está recolhendo pelos bairros adesões em uma abaixo assinado para que o município adote um plano definitivo de substituição do antipó por asfalto. Já são mais de duas mil assinaturas. Além do abaixo assinado “físico”, a mesma mobilização pode ser feita pelo site.
O idealizador da campanha Diga não ao antipó é o empresário Antônio Marques França, que convive diariamente com os buracos da rua onde mora e das vias por onde passa para trabalhar.
“Comecei a campanha no final de maio por causa da situação dos buracos no Xaxim, onde moro. Mas identifiquei outros bairros que vivem o mesmo problema. Por isso veio o abaixo assinado, para chamar a atenção das autoridades”, conta.
E não adianta chegar nos locais afetados para fazer operação tapa buracos. França e os apoiadores da campanha querem a extinção das ruas de antipó em Curitiba.
De acordo com o empresário, o serviço de tapa buracos não é eficiente. As crateras aparecem depois de algum tempo e o problema persiste. “Já ouvi que os moradores devem apresentar a demanda nas audiências que discutem a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas entendo que este seja um problema de dimensão maior”, afirma.
França acredita que a prefeitura de Curitiba deve apresentar um plano para equacionar o problema o quanto antes. “O que me deixa angustiado é que parece que isto vai permanecer por muito tempo”, avalia.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Curitiba tem atualmente cerca de 2.090 quilômetros de ruas de antipó e outros 418 quilômetros de vias com saibro.
“Avançamos muito com a revitalização de ruas de antipó e saibro. Mas há regiões realmente críticas na cidade, como o Boqueirão e o Cajuru. Estas são regiões baixas e com grande umidade. O antipó desagrega rapidamente”, comenta o secretário de Obras Públicas, Mário Tookuni.
Quando questionado se o município poderia criar um plano para resolver de vez este problema, ele respondeu que a prefeitura já está fazendo isto, com uma força-tarefa e investimentos. Ele garantiu que não se faz mais rua de antipó em Curitiba.
“Para 2011, está sendo feita a previsão de recuperação de 240 quilômetros de ruas de antipó, que vão receber o asfalto definitivo, em um ano. É muita coisa”, classifica Tookuni.
De acordo com ele, o custo de pavimentação com asfalto varia conforme dimensões e que tipo de tráfego passa no local. Em uma rua como a Fredolin Wolf, no Pilarzinho, o quilômetro de asfalto custa cerca de R$ 1,2 milhão, para dar conta do tráfego intenso e pesado que circula pela via.
O preço inclui também drenagem, calçamento e iluminação. Já em uma rua onde só passam veículos leves, o custo varia entre R$ 600 mil e R$ 700 mil por quilômetro, também com obras associadas incluídas.
Existe ainda um pavimento de baixo custo, com média de R$ 300 mil por quilômetro, mas sem as calçadas. O secretário revela que a máquina recicladora adquirida pelo município, que pega o antipó e mistura com cimento e brita para fazer a base do novo asfalto, permite uma economia e o valor por quilômetro cai para R$ 250 mil, em uma rua na qual o custo seria de R$ 600 mil.