Campanha alerta médicos sobre maus-tratos

Ortopedistas e médicos de todo o Brasil estão sendo sensibilizados para participar da campanha intitulada Pra toda vida – a violência não pode marcar o futuro das crianças, que visa a identificação dos casos de violência contra crianças e adolescentes. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), com o apoio do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, que é referência no atendimento dessa clientela.

Dados da Pesquisa Nacional Por Amostragem de Domicílio (Pnad) indicam que, todos os anos, cerca de 15% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem algum tipo de violência. Em Curitiba, no ano de 2004, cerca de 2,3 mil denúncias de maus-tratos foram feitas à Rede de Proteção – que envolve creches e escolas municipais cujos funcionários são capacitados para identificar a violência. Mas este número pode ser muito maior. De acordo com o presidente da comissão de campanhas da Sbot, Edilson Forlin, existe muita subnotificação, e a estimativa é que para caso identificado, outros 20 não são denunciados.

?Através da campanha queremos que os ortopedistas possam identificar esse casos e relatar para o Conselho Tutelar, que é a entidade responsável por investigar a situação?, comentou. Segundo Forlin, 70% da vítimas de maus-tratos são crianças entre zero e três anos e, pelo relato do responsável, o ortopedista tem condições de identificar no consultório se a fratura ou lesão foi provocada por acidente ou violência. ?Quando isso ocorre, o médico precisa ficar alerta e notificar o fato para que possamos contribuir para diminuir a violência?, disse.

A campanha foi lançada ontem, durante o 38.º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, que está acontecendo em Fortaleza, no Ceará. Segundo Edilson Forlin, a proposta é sensibilizar inicialmente 8 mil ortopedistas, que também receberão um manual de informação para ajudá-los a identificar os casos de maus-tratos. No material também é abordado o aspecto legal da questão, explicando que os profissionais da saúde, assim como os da educação, têm obrigação legal de notificar os casos suspeitos. 

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