O carrinho de picolé não suportou os solavancos de uma temporada, mas a comerciante Isaura S. B. Oliveira convive com ruas sem asfalto desde que se mudou de Curitiba para Pontal do Paraná, há 17 anos. Neste verão, das 9h às 19h, ela percorreu diariamente as ruas próximas da orla e as mais afastadas sem deixar de fora qualquer balneário do município a fim de vender toda a mercadoria. Dessa empreitada tirou duas conclusões: a temporada não foi tão boa para o comércio e as ruas com uma cobertura asfáltica razoável do balneário de Pontal do Sul se alternam em meio a quilômetros de um caminho tortuoso para pedestres e motoristas.

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“O balneário vive abandonado pela prefeitura. Faltam ruas pavimentadas, emprego para os moradores fora da temporada e até mesmo a passarela de ligação ao trapiche para a Ilha do Mel está largada, repleta de remendos”, lista Isaura, que fora de temporada também peregrina pelo balneário catando latinhas de alumínio. “Troquei pelo picolé agora no verão, porque pagam menos pelas latas na alta temporada, em função de ter mais produto”, comenta.

As observações dela sobre o município são confirmadas nas reclamações de outros moradores. Na região do antigo terminal de embarque de Pontal do Sul, onde fica a passarela de madeira, a obra é um monumento à negligência. Diversas tábuas estão apodrecidas e há buracos abertos e outros remendados. Quem precisa passar de uma margem a outra do rio Perequê reclama do descaso. “Não tem outro caminho e a gente precisa se arriscar todo dia”, diz o mestre de obras Dirceu Ribeiro Malaquias. “É uma vergonha para quem mora aqui e tenta receber bem o turista”, opina.

A assessoria de imprensa da prefeitura explica que a passarela vem sendo remendada porque neste ano será construída uma nova ponte de concreto para substituir a de madeira. O custo da obra é de aproximadamente R$ 200 mil e já está em andamento o processo de licitação. Sobre as ruas, a assessoria informa que o município conseguiu junto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) uma máquina de fresagem que está sendo utilizada na compactação de cascalho para melhorar a estrutura de determinadas vias. Também afirma que algumas obras de pavimentação vêm sendo realizadas. Sobre emprego e geração de renda, a prefeitura está viabilizando uma série de cursos profissionalizantes em parceria com diversos órgãos a fim de melhorar a capacitação da mão de obra local.

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