Bloqueio parcial foi em protesto
contra lei que restringe a travessia.

Caminhoneiros fizeram um bloqueio ontem no cais do ferryboat que liga os municípios de Matinhos e Guaratuba, no litoral do Estado, contra a lei estadual que começou a vigorar ontem e restringe a travessia de caminhões. A partir das 8h20 só foi liberada a passagem de ambulâncias, carros de polícia, pedestres, bicicletas e veículos de transporte de carga viva. A manifestação terminou por volta das 17h30, depois que a empresa responsável pela travessia conseguiu junto à 1.ª Vara da Fazenda Pública uma liminar determinando que o sistema voltasse a funcionar normalmente.

Os manifestantes são contrários à lei 14.055, de autoria do deputado estadual Antônio Anibeli (PMDB) e publicada em Diário Oficial do Estado no último dia 28 de maio. Ela restringe a travessia de veículos somente aos com comprimento igual ou inferior a 14 metros e peso bruto igual ou inferior a 26 toneladas. Ficam excluídos da regra também as carretas e caminhões cuja mercadoria tenha sido produzida nos municípios do litoral e que tenha destino final ou origem no município de Guaratuba.

Prejuízos

O caminhoneiro Natanael de Freitas, que mora em Guaratuba, se dizia indignado. Ele transporta contêineres vazios e, faz a travessia de ferryboat quatro vezes por dia. “Pelo que sei, o deputado alega que o peso dos caminhões estraga o calçamento da cidade e que os veículos são muito barulhentos”, afirmou. A assessoria do deputado Anibelli informou que ontem ele estava em viagem.

O caminhoneiro Carlos Sérgio Valezi afirmou que se for mantida a proibição, o prejuízo será repassado ao preço das mercadorias vendidas à população. “Se não pudermos utilizar o ferry boat, vamos ter que ir de Guaratuba a Curitiba pela BR-376, e de Curitiba a Matinhos, pela BR-277. Vai nos gerar gastos com combustível e pedágio”, disse Carlos.

Caminhoneiros catarinenses apoiaram a manifestação, como Estêvão Coelho, de Barra Velha. “Vamos ter os mesmos acréscimos de custos e transtornos. Fazendo a travessia, deixamos dinheiro no Paraná. Pagamos o ferryboat e, muitas vezes, nos alimentamos em estabelecimentos de Guaratuba e Matinhos”, lembrou.

F. Andreis

O gerente de contrato da F. Andreis, empresa de transporte hidroviário e construção naval que tem a concessão das embarcações, Valdir Boligon, afirma concordar com os caminhoneiros, mas diz não poder desrespeitar a lei. De acordo com ele, se a lei continuar em vigor, a F. Andreis terá que demitir cerca de quarenta funcionários. “Fora da temporada de verão, pouquíssimos carros utilizam o ferry-boat. Se os caminhoneiros continuarem a ser impedidos de fazer a travessia, teremos que aumentar a tarifa para conseguir manter grande parte dos funcionários”.

Atualmente, a travessia custa R$ 3,90 por eixo. Pela manhã, segundo a Polícia Rodoviária Estadual, cerca de oitenta veículos ficaram parados esperando que a travessia fosse liberada.(Colaborou Elizangela Wroniski)

continua após a publicidade

continua após a publicidade