Protesto!

Caminhoneiros fazem manifestação em Curitiba pedindo atenção de Bolsonaro

Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

Um pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez com que o Sindicato dos Transportadores Autônomos do Paraná (Sinditac-PR) se mobilizasse para uma manifestação. O ato, que não teve a intenção de parar as atividades dos trabalhadores, percorreu a Linha Verde na manhã deste sábado (30). Os caminhoneiros reivindicaram o cumprimento da tabela de fretes mínimos e um prazo mínimo de 30 dias para reajuste dos preços do diesel.

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Neste ato, os caminhoneiros seguiram da região do Pinheirinho até o Atuba, em Curitiba. Isso porque se incomodaram com a live que Bolsonaro fez no Facebook, onde se direcionou diretamente à categoria sobre as medidas que pretende adotar em breve. Segundo ele, vai atuar na política de preços do diesel da Petrobras, o cartão caminhoneiro e medidas contra o que chamou de “indústria da multa”.

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O presidente também sinalizou que seriam feitos novos anúncios à categoria, mas não deu maiores detalhes. “Tínhamos um problema que o caminhoneiro reclamava, que ele fazia o frete entre Porto Alegre e Fortaleza, entre ida e volta é 10, 12 dias. Ele reclamava que muitas vezes pagava o frete na ida e na volta, em havendo recomposição do preço do diesel, parte, quase todo o seu frete era engolido pelo novo preço do diesel”, comentou Bolsonaro.

Segundo o presidente, através do ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, ficou acertado, junto à Petrobras, que, em no máximo 90 dias, os trabalhadores vão ter o cartão caminhoneiro. Ele ainda completou, na live, dizendo que novas medidas vão ser adotadas já na semana que vem.

Reivindicações

O anúncio de Bolsonaro, ao invés de deixar a categoria satisfeita, aumentou ainda mais a frustração dos caminhoneiros, que resolveram se mobilizar para demonstrar ao presidente essa insatisfação. Segundo o presidente da Sinditac, Plínio Dias, a ideia não é parar atividades, mas sim estreitar a conversa com o governo para poder trabalhar em leis que já existem e que não estão sendo cumpridas.

Além do piso dos fretes, os caminhoneiros também querem falar sobre o vale-pedágio (que prevê isenção de pedágio para transportadores de carga, mas foi questionada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) no STF (Supremo Tribunal Federal), no ano passado). “Coisas como o cartão caminhoneiro é para o futuro ainda e não vai ajudar a diminuir o aumento preço do diesel”, disse o presidente do sindicato ao jornal Folha de São Paulo.

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O cartão caminhoneiro citado na live de Bolsonaro foi uma das poucas medidas referentes aos caminhoneiros anunciadas. Esse cartão seria uma tentativa do governo de evitar a recomposição do preso do diesel no frete. Com o equipamento, o motorista “carregaria” previamente uma quantia de combustível no cartão e usaria esse “crédito” ao longo da sua viagem, sem ser afetado pelo reajuste.

Com os preços internacionais do petróleo, o preço do diesel nas refinarias subiu 18,5% em 2019, se comparado com o último valor de 2018. Nas bombas, a alta é menor, de 2,5%, mas isso já é motivo suficiente para alimentar a insatisfação dos caminhoneiros. Na última terça-feira (26), a Petrobras anunciou que os reajustes vão respeitar um prazo mínimo de 15 dias para dar mais “previsibilidade à trajetória de preços”.

Estão irritados!

Presidente da Sinditac, Plínio Dias Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná
Presidente da Sinditac, Plínio Dias Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

Mesmo alegando que não vai haver greve, o presidente do Sinditac explicou que a falta de propostas e também de prazos concretos de Jair Bolsonaro tem irritado os caminhoneiros. Alguns dos trabalhadores, inclusive, apoiaram o presidente durante a campanha e, por isso, agora cobram que exista alguma medida para a situação. A live do presidente, para os caminhoneiros, foi um combustível para que fizessem a manifestação.

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Mesmo irritados, o que os caminhoneiros querem é que as atenções sejam voltadas a eles e não querem precisar parar as atividades para que isso aconteça. Segundo a categoria, a situação é urgente e muita coisa precisa ser feita, a começar pela questão do diesel e também da fiscalização do frete mínimo, que não está sendo 100% cumprida.

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