Os professores e integrantes de diversos movimentos sociais fizeram uma assembleia, às 10h deste sábado (29), seguida de passeata lembrando os quatro meses do fatídico 29 de abril e os 27 anos do dia 30 de agosto de 1988, dois episódios marcados pela violência contra os profissionais da educação no Estado.
A concentração teve início na Praça Santos Andrade, às 10h, e lá a APP-Sindicato votou com a categoria uma pauta que tratou das más condições de trabalho em várias escolas e do projeto de lei 631 enviado pelo Poder Executivo à Assembleia Legislativa (Alep) que altera as eleições dos diretores de escola. A categoria aprovou a pauta e, inclusive, um indicativo de paralisação caso o projeto não seja retirado e entre em votação na Alep.
Para o presidente da APP, Hermes Silva Leão, o PL é um retrocesso. “Vai submeter o cargo ao aval do governador, tornando a função de diretor em uma espécie de cargo de confiança do governador”, explica. A diretora da APP- Sindicato, Nádia Brixner explicou ainda que a violência contra os profissionais que trabalham na educação continua no dia a dia da escola.
“Esse projeto do governador demonstra isso, além de toda a pressão e perseguição política contra os profissionais que reivindicam melhores condições de trabalho”, aponta.
Da Praça Santos Andrade, os manifestantes seguiram em caminhada para a Praça 19 de Dezembro e de lá foram para o Palácio Iguaçu. “O Centro Cívico foi endereço das duas datas. Nossa categoria sempre lembrou do 30 de agosto de 1988 achando que nada igual se repetiria. Mas o 29 de abril deste ano aconteceu com uma truculência muito maior”, ressalta Nádia. No dia 30 de agosto de 1988, o governador da época Álvaro Dias lançou a cavalaria contra os professores que estavam em greve.
Segundo a APP-Sindicato, mais de dois mil educadores estiveram reunidos na Praça Santos Andrade. Pelos números da Polícia Militar, até o final da manifestação no Palácio Iguaçu havia cerca de 300 pessoas, em um protesto pacífico.