Foto: Átila Alberti |
Pacientes participaram da mobilização no Parque Barigüi. continua após a publicidade |
Uma caminhada realizada ontem no Parque Barigüi, em Curitiba, lembrou o Dia Mundial da Fibromialgia. Estima-se que a doença, caracterizada por dores musculares fortes, atinja 3% da população mundial, a maioria mulheres. A caminhada contou com pacientes do grupo de apoio Fibro Curitiba, que orienta pessoas com fibromialgia, e com pacientes do Hospital de Clínicas de Curitiba (HC).
O médico reumatologista do HC, Eduardo Paiva, explicou que existem várias causas para a fibromialgia, mas uma das principais é a falta de condicionamento físico. ?Por isso resolvemos fazer a caminhada, para lembrar que a atividade física é o tratamento mais importante na fibromialgia?, afirmou.
Segundo ele, a doença é muito freqüente, principalmente em mulheres na faixa etária dos 35 aos 50 anos. ?As mulheres são mais sensíveis a dores. Não se sabe ainda exatamente o porquê?, observou. Desde que o Ambulatório de Fibromialgia do HC foi criado (em 1999), passaram por lá cerca de 600 pacientes. ?A fibromialgia está geralmente relacionada à ansiedade e à depressão. O sono irregular também é freqüente nos pacientes?, lembrou.
Um dos grandes problemas da fibromialgia é que se trata de uma doença silenciosa, que muitas vezes engana a vítima, que passa a pensar que está apenas com dores nos músculos. Mas Paiva alerta que caso essas dores perdurem por três meses, é recomendável procurar um reumatologista. A técnica em administração Francielle Tenciano, de 22 anos, contou que descobriu que tinha a doença há três anos, mas quando passou a observar melhor, percebeu que sentia as dores desde criança. Ela também já teve câncer e disse que a fibromialgia pode afetar toda a vida da pessoa. ?Eu até me divorciei por causa disso, sem falar na relação com minha família, que não entende muito o que eu sinto?, afirmou. Francielle disse que sente dores tão fortes que não pode sequer ser tocada. Além do uso de medicamentos, ela também faz natação para tentar amenizar o problema.
Já a bancária Maria Luiza Carvalho, de 54 anos, disse que se sentiu bem melhor com o tratamento, que inclui fisioterapia e atividades físicas. Porém ela disse que ainda tem crises, principalmente quando está frio. ?Eu descobri que tinha a doença desde os meus 14 anos, só que não sabia?, contou.
O Ambulatório de Fibromialgia do HC funciona todas as terças-feiras pela manhã e atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A caminhada de ontem também aconteceu em Belo Horizonte e São Paulo.