Uma caminhada de quatro quilômetros, neste domingo (27), marcará o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Mama em Curitiba. A marcha sairá da Praça do Japão, às 9h30, com destino ao Parque Barigui. A Secretaria Municipal da Saúde está apoiando o evento.
A caminhada é uma promoção da Secretaria Estadual da Saúde e coincide com os dois anos de implantação do Mulher Curitibana – a primeira estratégia organizada no Brasil para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce da doença em mulheres a partir de 50 anos com a mamografia de rastreamento. A iniciativa inspirou, em junho, uma parceria proposta pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) para estender a iniciativa a todo o Brasil.
Desde o início da ação, em novembro de 2009, 83.853 mulheres com 50 anos ou mais fizeram o exame de Raio X das mamas. Desse total, 9.752 apresentaram alterações e foram encaminhadas para avaliação complementar periódica e 808 foram submetidas a biópsia imediata devido à ocorrência de lesões suspeitas. A divulgação do diagnóstico precoce durante a campanha do Outubro Rosa contribuiu com 7.902 exames – 1,4 mil a mais que no mês anterior.
“A mamografia é o meio rápido e seguro de fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem chance de cura quando identificado em suas fases iniciais. Além disso, no Sistema Único de Saúde (SUS) ela é grátis”, observa a coordenadora da ação, a ginecologista e obstetra Rosilei Antonievcz.
A decisão de fazer o exame é de cada mulher mas, em grande parte, dá-se por influência do convite feito pelas equipes das unidades de saúde para que elas compareçam às unidades de saúde e agendem sua mamografia. “Fazemos isso perto do aniversário de cada usuária nessa faixa etária cadastrada em cada uma das nossas 109 unidades, por telefone ou com a abordagem das agentes comunitárias. Só não faz o exame quem não quer, o que é um desperdício”, diz a médica.
Em Curitiba existem doze clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem o exame. Elas têm condições de fazer 5,2 mil mamografias por mês – a demanda estimada de acordo com a população projetada de 125 mil usuárias do serviço público de saúde – mas, por enquanto, fazem perto de 4 mil.
Por isso, o Mulher Curitibana trabalha para que as usuárias da rede municipal de saúde deixem de lado os vários tipos de desculpas dados para justificar o não comparecimento ao exame – como vergonha e medo de sentir dor ou de “achar alguma coisa” – e, assim, colaborem para a ampliação da cobertura do exame. “Empenho profissional e estrutura é o que não nos faltam”, garante Rosilei.
Esses cuidados são necessários porque o acompanhamento feito pelo Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde registrou 166 óbitos por câncer de mama em 2008. Isso equivale a taxas de mortalidade iguais a 17,4 por 100 mil mulheres.
As taxas de incidência, porém, são bem maiores que as de mortalidade: 69,7 por 100 mil. Essa diferença indica o quanto a prevenção é importante para impedir a evolução da doença.
“Quanto mais mulheres conscientes da importância do diagnóstico precoce, menores serão as vidas perdidas”, observa a coordenadora do Mulher Curitibana. “O que não pode é esperar o sintoma de que algo não está bem para correr no médico. Aí pode ser tarde”, completa, referindo-se à ocorrência de nódulos nas mamas.
Fatores de risco
Todas as mulheres precisam estar em dia com os exames para detecção precoce do câncer de mama. Se elas estão expostas a fatores de risco, isso se faz ainda mais necessário.
Principais fatores predisponentes ao câncer de mama:
– obesidade
– alimentação rica em gorduras
– fator hereditário (ter mãe ou irmã que desenvolveu a doença)
– nunca ter engravidado ou tido a primeira gestação partir dos 30 anos
– fumar
– ter tido a primeira menstruação antes dos 11 anos e a última depois dos 55 anos. Quanto maior o tempo de exposição aos hormônios femininos, maiores as chances de desenvolver a doença.