“Drogas, estou fora”. Esse foi o grito entoado por cerca de mil pessoas, na maioria jovens, que participaram da caminhada Curitiba Te Quero Sem Drogas, realizada na manhã deste sábado (16), entre as praças Santos Andrade e Osório. O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, o diretor de política sobre drogas do município, Diogo Busse, secretários municipais e vereadores participaram do movimento.
A iniciativa foi elogiada pelo prefeito que considerou o ato uma demonstração de consciência. Fruet ainda destacou que a Prefeitura vai incentivar todas as iniciativas de combate as drogas já que essa luta tem que ter envolvimento de toda a sociedade. O prefeito ressaltou que o poder público municipal está trabalhando muito na área e no desenvolvimento de uma política não apenas de repressão, mas principalmente de prevenção. “É uma luta diária com ações conjuntas envolvendo áreas social, cultural, de educação e de qualificação e capacitação da juventude. Todas as secretarias vão trabalhar em conjunto e, pela primeira vez, foi formado o Gabinete de Gestão Integrada – numa ação de prevenção e integração trabalhando junto com as polícias civil, militar e Federal”, comentou o prefeito.
O diretor de política sobre drogas de Curitiba, Diogo Busse, destacou a importância da caminhada e de ter contato com pessoas e entidades ligadas ao assunto, não ficando restrito à política de gabinete. “Antes de lançar projetos, temos que ter um diagnóstico e, por isso, é fundamental manter esse contato com pessoas que estão mobilizadas. A Prefeitura tem que estar perto para discutir e saber o que está dando certo”, afirmou. Para ele é fundamental “olhar com mais humanidade para o problema das drogas e do dependente químico”.
Caminhada
Os participantes da caminhada foram divididos em mais de 10 alas – cada uma tratando de um tema específico: “mães que lutam pelos filhos ainda viciados”, “mães que lutaram pelos filhos viciados”, “viciados” e “ex-viciados”. Porém, a ala que mais chamou atenção foi a formada por zumbis. A adolescente Julia Freire, 15 anos, se caracterizou de zumbi e explicou que a fantasia expressa qual o estado físico de um usuário de drogas. “É um alerta para que os jovens não usem drogas, não virem um zumbi”, afirmou.
Pedro, 22 anos, se destacava na multidão segurando cartazes. Ele é um ex-viciado que, através de iniciativas de combate às drogas, tenta passar um pouco de sua experiência de vida. Apesar da pouca idade, ele passou dez anos atormentado pelo vício e está há nove meses “limpo”. “Sofri muito com as drogas. Só crack, usei por sete anos. Cheguei ao ponto de vender o que tinha para comprar droga. Fiquei pelas ruas, pedi esmola e tive 14 internações em clínicas”, confidenciou.
Atualmente, Pedro participa de mobilizações contra as drogas porque acredita que, assim como ele conseguiu se livrar do vício, outros jovens também podem ficar livres da dependência. “Muitas vezes a droga cega. Mas existe uma esperança. Existe uma saída”, complementou.