Todo ano, as pessoas deparam com questionamentos sobre a qualidade do Carnaval em Curitiba. Há aqueles que o defendem ferrenhamente, mas também há um grupo que sugere o fim da folia de Momo na capital. A Câmara Municipal, motivada pela Liga das Escolas de Samba e pelo Instituto Afro-Brasileiro do Paraná, resolveu tomar frente nos debates e criar uma comissão especial para encontrar uma forma de melhorar o Carnaval curitibano, principalmente o carnaval de rua.
Na última semana a comissão começou a ouvir as primeiras pessoas. O grupo pretende concluir um relatório com os problemas e possíveis soluções para o Carnaval em 120 dias. O vereador Jorge Bernardi (PDT) preside a comissão. Ele explicou que a missão principal da comissão é conceituar que tipo de carnaval a cidade quer. “No fim da década de 80, cerca de 50 mil pessoas iam aos desfiles nas quatro noite. No ano passado, somando as duas noites não deu o púbico de um dia daquela época”, comparou. Ele criticou a expulsão das pessoas da avenida após os desfiles. “Parece carnaval da Cinderela: acaba à meia-noite”, definiu.
Bernardi destacou que o Carnaval também deve se voltar ao social. “Existem pesquisas que mostram que, para cada pessoa que desfila, mais seis estão envolvidas no trabalho. Isso acaba gerando empregos”, comentou.
Cinco pontos
Um dos primeiros ouvidos pela comissão foi o presidente do Instituto Afro-Brasileiro do Paraná, Saul Dorval. Ele destacou que tem cinco pontos fundamentais para que o Carnaval de Curitiba melhore. O primeiro é a mudança do local do desfiles. “Temos que debater com a comunidade um local melhor”, disse. Outros pontos são o aumento dos recursos dados às escolas (o repasse também deve ser feito antes), tirar a organização do Carnaval da Fundação Cultural de Curitiba e passar para a Secretaria de Esportes e Lazer e por fim, dar maiores poderes de gerenciamento à Liga das Escolas de Samba. “O ponto fundamental é modificar a lei que determina a concorrência pública para patrocinar o Carnaval”, disse Dorval, destacando que a participação da iniciativa privada seria fundamental para o crescimento da festa. “Este ano havia uma cervejaria interessada em patrocinar o Carnaval, mas por falta de interesse do município e pela legislação isso não foi possível”, contou Dorval. Ele salientou que para o crescimento do Carnaval da cidade é importante que haja uma visão socioeconômica da festa. “Carnaval gera empregos e aumenta o turismo”, comentou.