Câmara aprova projeto que cria memorial cigano

A Câmara de Vereadores de Curitiba aprovou esta semana um projeto que cria um memorial para homenagear o povo cigano. Segundo o vereador Ricardo Gomyde (PC do B), outras etnias que ajudaram a construir a história do Estado já haviam sido homenageadas, faltando apenas esse povo nômade. O projeto, aprovado por unanimidade, deverá ser sancionado pelo prefeito Cassio Taniguchi.

Para o presidente da Associação da Preservação da Cultura Cigana, Cláudio Domingos Iovanovitchi, a iniciativa é importante porque vai ajudar a disseminar a cultura do seu povo nômade, diminuindo o preconceito que ainda existe. Ele explica que quando as pessoas não conhecem algo a tendência é sentir medo e passar a discriminar.

A homenagem poderá incluir um bosque, museu ou portal, ficando a cargo da prefeitura decidir. Em 1996, um projeto semelhante, que previa também a criação de uma camping para os ciganos de passagem na capital, foi barrado em pelo então prefeito Rafael Greca.

De acordo com Cláudio existe cerca de 600 mil ciganos girando pelo país. Este povo chegou aqui bem antes de outras etnias, já em 1547. Cláudio explica que eles foram expulsos de Portugal, pois o Estado e a igreja os considerava “diabólicos”.

Cláudio é cigano, mas não vive de forma nômade. Ele diz que conhece bem as duas culturas, por isto sabe que seu povo tem direitos e não se cansa de lutar por eles. A associação já conseguiu que a Assembléia Legislativa criasse o dia do cigano no Estado, 23 de setembro.

Em Brasília está sendo elaborado um plano nacional de direitos humanos, que vai proporcionar aos ciganos o direito de fazer seus documentos, prevê ainda a criação de escolas especiais e que as tendas passam a ser consideradas como casa, não podendo ser violadas.

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