O verão está próximo, as temperaturas começam a subir e a dengue volta a ameaçar o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes provocadas pela doença no País vem crescendo consideravelmente nos últimos três anos e o índice de mortalidade é seis vezes maior do que o aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Paraná, até a metade de junho, foram identificados 7.561 casos da doença. Em Curitiba, desde o início do ano, foram registrados 22 casos, todos importados de outras regiões.

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é definida pela Secretaria de Estado da Saúde como “uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica”. É considerada grave quando se apresenta na forma hemorrágica, podendo levar à morte se não tratada. A origem do mosquito transmissor do vírus, segundo dados divulgados pelo Hospital Santa Lúcia, de Brasília (DF), é africana. Apenas a fêmea é responsável pela contaminação do homem, pois o macho se alimenta exclusivamente de seivas de plantas.

A doença foi registrada pela primeira vez no século XVIII, em Java, no sudoeste asiático, e na Filadélfia, nos EUA. No Brasil, há referências de epidemias em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói (RJ), sem diagnóstico laboratorial. A primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981, em Boa Vista (RR).

Os principais sintomas da doença são dor de cabeça e nos olhos, febre alta, dor nos músculos e nas juntas, manchas avermelhadas e falta de apetite. Muitas vezes a dengue é confundida com outras doenças, como leptospirose, sarampo e rubéola. O tratamento das pessoas infectadas envolve o uso de medicamentos para minimizar as dores e baixar a febre, além da ingestão constante de líquidos.

A proliferação do mosquito se dá em locais de água parada, como garrafas, pneus, pratos de vasos de plantas, bacias, bebedouros, latas, tampinhas e copos descartáveis. Por isso, a recomendação dos agentes de saúde é de que as pessoas não deixem água parada em pequenos recipientes de seus jardins e quintais, evitando assim que o Aedes coloque seus ovos. “A mobilização da população é de fundamental importância no combate à dengue. O mosquito possui características domiciliares e cabe a cada pessoa cuidar para que em sua casa ele não se desenvolva”, afirma a coordenadora do programa de dengue da secretaria municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Saad.

Dia D

No próximo dia 29 de novembro acontecerá em todo País o “Dia D de Combate à Dengue”, quando serão desencadeadas várias ações comunitárias de combate ao Aedes aegypti. No ano passado, no Paraná, durante o “Dia D”, foram promovidas palestras em empresas e escolas sobre as formas de prevenção da doença. Informações também foram divulgadas pelos veículos de comunicação.

Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Saúde conta com uma equipe de 161 técnicos que atua permanentemente no combate ao mosquito. Os trabalhos são priorizados nos bairros Fanny, Boqueirão, Cajuru, Xaxim, Guabirotuba e Uberaba, onde já foram encontradas larvas do mosquito transmissor. Nos demais bairros, são feitas inspeções de quatro em quatro meses. De cada dez imóveis, um é escolhido para ser vistoriado.

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