Foto: Daniel Derevecki

Fenômeno causou estragos nas cidades. Na capital, pessoas tentaram se proteger.

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As fortes chuvas que caíram sobre o Paraná durante a semana deram uma idéia do que o restante da primavera e o verão reservam para o Estado. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, formações de temporais com vento e granizo são esperadas para esta época do ano, e acabam assustando pela concentração dos fenômenos em determinados períodos do dia, provocando estragos nas cidades e nas lavouras. No entanto, os meteorologistas garantem que as médias de precipitação estão dentro do esperado e que, apesar de violentas, as chuvas não são ocasionadas por nenhum fenômeno fora da normalidade.

As chuvas chegaram com força primeiramente à região de Curitiba, quando, na segunda-feira (30), a Defesa Civil contabilizou 40 quedas de árvores, dez alagamentos e um desabamento na capital, além de quase uma centena de destelhamentos na Região Metropolitana e milhares de residências sem energia elétrica. Próximo ao feriado, foi a vez de o interior padecer do fenômeno: na quinta-feira (1.º), dezenas de destelhamentos e quedas de árvores acometeram municípios do noroeste e centro-sul do Estado, ocasionando a morte de uma criança por conta de um desabamento.

De acordo com o meteorologista Marcelo Bauer, do Simepar, essas ocorrências podem ser explicadas porque essa é a época do ano propícia à formação de tempestades. ?Não é nada excepcional; já havíamos previsto para toda a primavera chuvas fortes?, lembra. ?A diferença é que, na região de Curitiba, elas vieram apenas em outubro e se concentraram em poucos dias?, completou. Tanto que, apenas na última semana, os quatro dias de chuva foram responsáveis por quase a totalidade de precipitação do mês: 100mm dos 119mm registrados em outubro. ?Mesmo assim, está dentro da média histórica, que varia entre 100 e 140mm?, equipara o meteorologista.

O litoral e o sul do Estado acompanharam a região de Curitiba e tiveram chuvas dentro da média esperada. No restante do Paraná, porém, o índice ficou até abaixo da expectativa, como no oeste e noroeste – ainda que os temporais tenham assustado também. Segundo Bauer, essas tempestades devem se repetir até o final de março, talvez até mais fortes. ?Depende basicamente de calor e umidade, necessários para formar nuvens de chuva?.

Temperaturas

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O calor bateu recordes em algumas regiões do Estado em outubro. Em Santa Helena, no oeste, os termômetros marcaram até 40ºC, a maior temperatura dos últimos dez anos para a época, o que se repetiu em outros municípios da região. Em Curitiba, a máxima chegou a 31º C no mês passado, o que já foi registrado na década de 90. A média do mês, de 24,9ºC, ficou um pouco acima da média histórica, de 22ºC.

Como as altas temperaturas deram uma trégua no final de semana, o Simepar não prevê chuvas para hoje, mas o domingo promete ser mais quente que ontem e o Sol deve predominar durante todo o dia em Curitiba.

Reservatórios

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De acordo com dados da Sanepar levantados na noite de sexta-feira, as represas do Iraí, Piraquara e Passaúna, na região da capital, subiram ao longo da semana entre 35 a 40 centímetros, o que representa 8% do volume de água. Essas médias, segundo a companhia, continuam subindo e podem aumentar mais.