No Hemisfério Norte, frio extremamente intenso. No Brasil, algumas cidades registram temperaturas acima das médias normais desta época do ano. Em Curitiba, no início desta semana, os termômetros chegaram a quase 32ºC.

continua após a publicidade

Ontem, a máxima foi de 29,5ºC. Outro problema é a incidência de raios ultravioletas, especialmente na região Sul do País. Na última quinta-feira, na capital paranaense, o nível chegou aos 11 pontos em uma escala que vai até 14.

O aquecimento global e o desequilíbrio ambiental dão as suas caras, a partir de eventos extremos. “No Paraná, estamos aprendendo que o calor é de verdade”, comenta Maurício Savi, professor de Ecologia e Conservação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e membro da Comissão Mundial de Parques e Reservas.

De acordo com ele, a situação pode se agravar nos próximos três meses. Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) mostra que os índices de chuva no trimestre que vem serão menores do que os níveis médios para este período do ano, podendo ocasionar seca. “A tendência é bastante clara. Se chover, será muito pouco”, afirma Savi, que alerta para a possibilidade de racionamento.

continua após a publicidade

Já o Instituto Tecnológico Simepar informa que o outono não deve apresentar comportamentos anormais. “Existe uma certa diminuição das chuvas no outono. Se vier uma estiagem, será mais no inverno”, explica a meteorologista Sheila Paz.

No verão, a média de chuvas varia entre 150 milímetros (mm) e 180 mm. No outono, cai para 95 mm e no inverno chega a 85 mm. “Essa diminuição das chuvas é esperada porque a temperatura cai”, esclarece.

continua após a publicidade

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) não teme qualquer problema no abastecimento caso apareça uma estiagem. Os reservatórios da Região Metropolitana de Curitiba estão com a capacidade total preenchida.

“Neste ano, até o final de fevereiro choveu regularmente. Nossas reservas estão cheias e prontas para enfrentar uma estiagem, caso ela venha. Se vier, conseguimos manter o abastecimento por seis meses. A seca é normal nos próximos meses e, se for dentro da média, não vamos enfrentar problemas”, assegura Paulo Raffo, gerente de produção de água de Curitiba e Região Metropolitana da Sanepar.