Calçada "ecológica"

Calçada não é de granito, mas tem fama em Curitiba

Enquanto o Batel recebe da prefeitura uma calçada de granito, o Bairro Alto conta com a obra da própria natureza. A situação foi mostrada pelo morador Silvestre Neto, em um vídeo que ironizou o matagal que toma conta da rua, chamando de “calçada ecológica”. Com mais de 4 mil visualizações no Youtube, o vídeo gerou a promessa da administração municipal de fazer a limpeza do local.

De forma bem humorada, Silvestre mostra a situação da calçada na esquina das ruas Arthur Ramos com a Rio Pelotas, onde o mato é alto e podem ser encontradas gavetas, pedaços de armários, isopor e garrafas pet. Ele debocha do descaso com o local, agradecendo às gestões municipais pela “calçada ecológica”.

Perigoso

Próximo dali, a Rua Adílio Ramos alterna trechos bem cuidados, com calçamento, e outros onde o mato toma conta e o lixo é despejado por alguns moradores. Por isso, muitos pedestres andam pela via no asfalto, correndo risco de atropelamento. Carlos Roberto Belém, morador da rua desde 1968, diz que “a via tem muitos lugares irregulares”. A vizinha dele, Rosimeire Spir, afirma que ao fazer a comparação com a calçada do Batel, onde recentemente foi colocado granito, revela “desigualdade”.

O fiscal de loja Minoru Inoue mora na Adílio Ramos há quase 20 anos. Ele reclama da dificuldade de andar pelo bairro. “Quase não tem calçada no bairro, para andar tem que ir pela beirada da rua e é perigoso”, afirma. “Bairro mais rico eles cuidam, bairro pobre é esquecido”, avalia.

O pastor Edenilson de Freitas diz que alguns moradores tomam providência. “A gente que tá se virando aos poucos”, revela. “Tem muitos terrenos abandonados, cheios de mato e de bichos”, lamenta. Ele comenta ainda que andar pela rua é arriscado. “A rua é muito movimentada, então fica complicado”, aponta. “Já era para terem arrumado, mas não se interessam e não fazem nada”, desabafa Lilinha Soares de Faria Santos.

Prefeitura promete vistoria

Silvestre Neto cita diversas utilidades da “calçada ecológica”: guardar um pedaço do armário, caso não esteja em uso; um isopor, que dali a dois mil anos se desfaria e “alimentaria” a calçada; garrafas pet, que se juntadas cinco milhões formariam um navio, “e levar a ideia da calçada ecológica para outros lugares do planeta”. O morador também dá a ideia para se esconder no local caso alguém tente roubar. No vídeo, um senhor passa pela calçada, cumprimenta Silvestre, tropeça e cai.

A prefeitura informou que equipe da Regional do Boa Vista fará vistoria nas ruas Adilio Ramos e Arthur Ramos. Com base nos resultados, a administração vai decidir quais providências tomar, como a notificação de moradores e a roçada. Segundo a prefeitura, a responsabilidade pelas calçadas é dos proprietários dos imóveis, de acordo com o decreto 1066 de 2006.

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