O número de transplantes realizados no Paraná caiu 4% em 2009, segundo a Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Foram feitos no Estado 1.344 procedimentos, contra os 1.401 realizados em 2008.

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Por outro lado, o transplante de tecidos (medula óssea, tecidos ósseos, válvulas cardíacas e esclera) passou de 2.034, em 2008, para 2.216, em 2009. A central informa que existem na fila de espera por um órgão 4.049 pacientes paranaenses. A maioria aguarda um rim (2.530 pessoas) e córneas (1.126).

A assistente social da Central Estadual de Transplantes, Gláucia Repula, conta que a epidemia de gripe A H1N1 contribuiu para a queda no número transplantes.

Depois da segunda quinzena de julho, com a crescente confirmação de casos da doença, as notificações de doações pararam.

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Ela também revela que ocorreu um índice negativo de 40% nas notificações no mês de outubro do ano passado.

“Não ficou claro o que aconteceu nesse período. O Paraná vem trabalhando constantemente com campanhas direcionadas para a população e hospitais”, explica.

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No ano passado, também houve muitos casos de descarte clínico de órgãos. Muitos corações, por exemplo, não teriam condições de serem transplantados e tiveram apenas suas válvulas aproveitadas.

A Central Estadual de Transplantes teve 390 notificações de pacientes com morte cerebral e que poderiam ter os órgãos destinados para doação. “Mas somente 109 desses resultaram em doações efetivas. Nos outros casos, não eram todos os órgãos que poderiam ser doados. Ainda houve 74 pacientes com sorologia reagente (presença de doenças como hepatite) e com 103 a família negou a doação”, comenta Repula.

Para ela, é preciso incentivar o trabalho de conscientização em 2010. “Os hospitais também precisam fazer seu papel e trabalhar nessa causa, como notificar antecipadamente os pacientes que entram em morte cerebral”, afirma.

Artificial

Por conta da falta de doadores, um homem de 30 anos de idade, que havia participado de um procedimento inédito no Paraná, não resistiu e morreu a espera de um doador. Vítima de miocardite, uma inflamação que compromete o funcionamento do coração, ele sobreviveu dois meses por causa de um coração artificial, implantado em novembro passado.

“O aparelho podia aumentar as chances de vida na espera por um doador, mas infelizmente isso não aconteceu”, explica o coordenador de cirurgia cardiovascular do hospital Milton Muricy, Vinicius Woitowicz.

Por isso, Woitowicz ressalta a importância da doação de órgãos. “A dificuldade na doação de órgãos é a falta de conscientização das pessoas. Mesmo estando em um momento difícil como o da perda de um familiar, é preciso lembrar que essa ação poderá salvar a vida daquele que espera na fila por um órgão”, diz.