Collie, bernese, fila, rottweiler, são bernardo, dogue alemão, poodle. Para os amantes das raças caninas, as exposições são verdadeiros parques de diversões. Mas, além das gratificações com prêmios, o cuidado com esses animais exige um grande preparo. Tanto de paciência, quanto de bolso.
Para alguns, os gastos com os cães não chegam a ser tão extravagantes, mas, para outros, a participação na exposição tem que ser garantia de vitória. Desde alimentação, limpeza e produtos de beleza, vale tudo para chamar a atenção no meio dos concorrentes.
Grande parte deles esteve ontem na 27.ª Exposição Panamericana, 56.ª Exposição Nacional Geral e 57.ª Exposição da Raça Dogue Alemão, no Big Hipermercados da Avenida das Torres, em Curitiba. O evento faz parte do calendário nacional e distribui pontuação para os rankings das confederações paranaense e brasileira.
O presidente do Kennel Clube de Curitiba e organizador do evento, João Huczok, informou que 220 cães participaram da exposição. Cada raça compete na sua categoria e, em seguida, os melhores disputam entre si o prêmio “Best in Show”, ou seja, o melhor de toda a exposição. “Tudo é avaliado, desde pelagem, altura, postura, até a proporção do crânio e do focinho. A genética influi muito”, conta.
Os preparativos para os expositores não param em nenhum minuto. A poodle gigante Cristal, de três anos, veio de Cotia, no interior de São Paulo, para participar da exposição. O esteticista canino Eduardo Gomes informou que os custos com a cadela são altos porque ela é a líder do ranking nacional da categoria, e já conquistou vários títulos. “Ela participa de muitas competições, e para se manter entre os primeiros, os custos são altos. Principalmente com rações, que têm que ser de primeira linha”, destaca.
Rosi Ferreira, dona de pet shop, conta que o maior gasto com o são bernardo se restringe às rações. O cão Cowboy, de cinco anos, explica a proprietária, precisa de uma ração específica para a raça, porque dessa maneira, os custos se equilibram: “Se for uma ração comum, ele come o dobro. Já a ração específica dura mais tempo”. Para manter o brilho dos pêlos com produtos de limpeza e cuidar da saúde com medicamentos, a proprietária também tem que desembolsar uma quantia considerável: “Com esse tipo de raça tem que se ter cuidado com os ouvidos. Eles são muito sensíveis. Mas vale a pena”, completa Rosi. O são bernardo está participando pela primeira vez de uma exposição.
Moacir de Oliveira Leite está há dois anos com a cadela Terra Nova Mel. Ele não participou da competição deste ano por não estar cadastrado na Confederação Brasileira (CBKC). Segundo ele, o custo com o tratamento da cadela de dois anos e meio gira em torno de R$ 150. “Sempre que posso, prefiro cuidar dela, mas tenho uma pessoa que também é responsável pelo tratamento”, diz.
Campeão mundial
Já com o campeão mundial da raça dogue alemão, a situação é inversa. O cão Link, dogue alemão dourado, é importado dos Estados Unidos, tem dois anos e o custo de manutenção, segundo o proprietário Cláudio Vasco, pode ser comparado ao de quatro dálmatas ou dobermans. O cão venceu a competição internacional no Rio de Janeiro. “O custo é muito alto, principalmente com a ração, mas para quem quer participar de exposições com chances de ganhar, tem que estar disposto a abrir a mão”, diz. “Mesmo assim, todo o gasto compensa. Ainda mais quando seu cão se torna campeão mundial.”
