Na próxima semana os órgãos ligados ao meio ambiente devem começar a agir para combater a ocupação de áreas irregulares no litoral do Estado. O primeiro trabalho será o mapeamento desses locais para posteriormente definir estratégias para acabar com o problema. Os manguezais são as áreas mais afetadas. Só em Paranaguá, 15 mil famílias estão nessa situação.
O trabalho vem sendo coordenado pela Procuradoria da República. Depois de vários encontros discutindo a situação, os órgãos ligados ao problema estão se preparando para agir e, segundo o procurador Osvaldo Sowek Júnior, o primeiro passo será o mapeamento desses locais. Vão fazer parte desta força-tarefa o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Polícia Florestal, Ministério Público Federal e a Prefeitura de Paranaguá.
Depois, será definido qual a área de atuação de cada órgão. Eles devem trabalhar para relocar parte das famílias e ainda evitar que novas áreas sejam ocupadas. "Se constatarmos que um local começa a ser invadido, quem tem a competência para agir? Estamos trabalhando para definir a responsabilidade de cada um", explica o procurador.
Segundo ele, a Prefeitura de Paranaguá informou que 15 mil famílias estão em áreas irregulares. No entanto, muitas delas moram nestes locais há mais de 30 anos e não há como tirá-las de lá. Mas pelo menos quatro mil devem ser relocadas. "A Prefeitura de Paranaguá se comprometeu em transferir essas famílias. Ela já está finalizando plano diretor e o projeto de zoneamento da cidade", disse Osvaldo. Mas o problema não é exclusividade de Paranaguá e atinge todo o litoral. A procuradoria também está atuando junto às outras prefeituras para resolver o problema.
Mas enquanto isso, a natureza paga a conta. O chefe do escritório regional do Ibama em Paranaguá, Lício Domit, comenta que a cada dia mais áreas são ocupadas. "É um berçário para diversas espécies", ressalta.