Cabelereiros e manicures fazem protesto no Centro

Centenas de profissionais de salões de beleza saíram pelas ruas da região central, ontem, em protesto contra ação do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) que prevê a obrigatoriedade do registro em carteira. A praxe do setor é o regime de contrato de autônomos. Os trabalhadores temem a perda salarial e retração das vagas. Cerca de 600 manifestantes saíram em passeata da Praça Carlos Gomes até a Superintendência Regional do Trabalho, com ato breve em frente à sede do MPT-PR.

De acordo com o procurador do MPT-PR, Alberto Emiliano de Oliveira Neto, devido a denúncias, o órgão investiga as maiores redes de salões de beleza se há caracterização de vínculo empregatício em contratos de prestação de serviço autônomo. “A ausência do registro impede o direito a hora extra e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A anotação em carteira não significa redução do salário, porque a negociação de comissão é permitida aos trabalhadores do comércio”, afirma.

Conquistas

O Sindicato dos Profissionais Autônomos em Beleza Estética (Spabep) encara a atitude do MPT-PR como “imposição e cerceamento da liberdade de trabalhar”. Para o presidente do Spabep, Sandoval Tibúrcio, a exigência do registro “é um retrocesso às conquistas da categoria, além do avanço à informalidade, queda no número de contratações e ganhos mais baixos”. O piso previsto para cabeleireiros é R$ 1.250,00 e para manicures, R$ 750,00. O percentual retido pelo profissional varia entre 50 a 80% do preço do serviço.

O cabeleireiro Gabriel Ploner do Amaral não revela quanto ganha, mas teme ter que receber o piso. “Pago meus impostos e faço o meu salário conforme o quanto trabalho. Não quero ser registrado”, desabafa. A maquiadora Nina Stais não aceita a mudança. “Não quero jornada fixa ou ganhar o piso”, diz. Dona de uma rede de franquias de salão, Marly Minatti acredita que muitos estabelecimentos não aguentarão arcar com os impostos do registro.

Veja na galeria de fotos os manifestantes.

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