A falta de segurança em algumas regiões de Curitiba tem feito com que a comunidade se organize para encontrar soluções. Os moradores do bairro Juvevê criaram a Associação Vizinhos Solidários (Aviso), que além de coibir a violência, busca a integração entre eles. Nos próximos dias, a comunidade irá colocar em prática o apito solidário, uma forma criativa de deixar as pessoas em alerta em casos onde a segurança estiver ameaçada.
A vice-presidente da Aviso, Rosecléia Cooper, conta que há sete anos os moradores da Rua Elbe Pospissil se reuniam para enfeitar a via para o Natal. Nessa época eles discutiam sobre a segurança, mas nenhuma ação prática acontecia depois da passagem das festividades. Outra constatação é que muitas pessoas conversavam apenas no período de preparação para o Natal, e passavam o resto do ano sem se falar. ?Foi então que percebemos a necessidade de as pessoas se conhecerem para melhorar a integração?, disse.
Para o presidente da Aviso, Fernando Bourges, essa integração é que vai resultar na melhor segurança. ?É um processo simples de conhecer o vizinho, saber um pouco de seus hábitos ou com quem mora. Isso ajuda na hora de identificar alguma situação estranha?, falou. Para buscar essa integração, a associação tem promovido algumas atividades que estão ganhando a adesão dos moradores do bairro. Duas vezes por semana, em horários diferentes, eles promovem uma caminhada na Praça Brigadeiro Eppinghaus. ?O local, que antes estava abandonado e servindo para reunião de desocupados e usuários de drogas, hoje está virando um ponto de encontro entre as pessoas do bairro?, comentou.
Nos próximos dias, eles irão fundar um Conselho Comunitário de Segurança, além de promover uma festa típica, bazar e dar início ao Apito Solidário. A iniciativa consiste em ?fazer barulho? cada vez que algum morador observar alguém em atitude suspeita ou tentando praticar um crime na região. ?Se todos os moradores começarem a apitar, o barulho deverá fazer com que o marginal se assuste e fuja?, falou Rosecléia. A necessidade de promover ações desse tipo, comenta Bourges, é para tentar diminuir as crescentes ocorrências de arrombamentos, assaltos e seqüestros no bairro.
Apoio
Esse tipo de iniciativa da comunidade tem o apoio dos setores de segurança. O major comandante do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio, Roberson Luiz Bondaruk, afirma que todo o crime é composto por três elementos: criminoso, vítima e oportunidade, ?e quando a vítima reduz a oportunidade o crime não acontece?. Segundo ele, a integração da comunidade é muito importante para colaborar com o trabalho da polícia. ?Se o número de ocorrências diminui, a polícia pode fazer um atendimento melhor e mais qualificado?, finalizou.
Quem quiser entrar em contato com a Associação Vizinho Solidário pode escrever para o e-mail assocjuveve@hotmail.com.