A burocracia nas relações trabalhistas e a falta de acordo entre representantes de trabalhadores e empregadores pode custar o emprego da professora Nalinle Sieczka em escola particular de São José dos Pinhais. Ela acusa o Sindicato dos Professores do Estado do Paraná (Sinpropar) de se recusar a validar o acordo para reduzir sua jornada de trabalho. Já o sindicato afirma que não pode atender a solicitação por não haver convenção coletiva em vigor.
Revoltada com a atuação da entidade, Nalinle procurou a Tribuna para denunciar a situação. “Eu trabalho em dois períodos, com aulas de manhã e à tarde. Por problemas particulares, surgiu a necessidade de ficar em casa de manhã. Solicitei a redução de jornada ao empregador e foi aceita, desde que protocolasse o pedido no sindicato”, explica a professora, que dá aulas para alunos do 1.º e 5.º anos do ensino fundamental.
Segundo Nalinle, o Sinpropar está dificultando o acordo com a escola e não aceita formalizar a redução. “Fiz carta de solicitação seguindo a orientação do advogado do sindicato, mas quando fui protocolar não aceitaram. Dizem que não podem fazer porque não há convenção coletiva vigente. No ano passado, só tivemos convenção vigente em dezembro, retroativa a março. Se tiver que esperar até o final do ano, vou ter que deixar meu emprego”, lamenta.
Acusações
O presidente do Sinpropar, Sérgio Gonçalves Lima, confirma o problema, mas diz que a situação acontece por culpa da escola e do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe). “Nossa convenção venceu em 28 de fevereiro e não podemos fazer essa alteração sem acordo vigente. É a convenção que dá autoridade ao sindicato para representar a categoria. É o diretor da escola que está tentando fazer intriga entre a professora e o sindicato. O Sinepe não negocia conosco e isso impede a assinatura de nova convenção”, afirma.