Foto: Fábio Alexandre
Buraco se abriu na altura do quilômetro 24 da PR-340, estrada que leva ao Bairro Alto, em Antonina, no litoral.

As crianças do Bairro Alto, localidade a aproximadamente 30 quilômetros de Antonina, no litoral do Estado, estão há duas semanas sem poder ir para a aula. O motivo é um buraco que abriu na altura do quilômetro 24 da PR-340, estrada que leva ao bairro. O deslizamento às margens da estrada e bastante próximo ao leito do Rio Cachoeira, causou a interdição de meia pista do trecho. Devido ao risco, as escolas da região proibiram a passagem dos ônibus escolares pelo trecho perigoso da estrada.

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São duas escolas na região: uma fica na Vila Copel e atende aos ensinos médio e de 5.ª a 8.ª séries. Fica próxima ao Bairro Alto, depois do buraco, para quem vem de Antonina. A outra é  a Escola Municipal Professora Olímpia Breyer atende até a 4.ª série apenas e fica antes do trecho perigoso da estrada. A primeira, que tem alunos de várias regiões de Antonina, suspendeu as aulas. Na segunda, as aulas continuam acontecendo, porém os alunos que moram no Bairro Alto não podem ir à escola, já que o ônibus não está indo buscá-las.

As mães que moram na região estão preocupadas. A dona de casa Viviane Cordeiro Corrêa, que tem um filho e quatro enteados que estudam, já procurou resolver a situação, mas sem sucesso. A resposta que obteve da Prefeitura, por exemplo, foi de que seria enviada uma carta ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o responsável pela estrada. ?Até já bloqueamos a estrada, mas ninguém se sensibilizou?, conta. Cerca de 20 mães participaram do protesto. ?E vamos bloquear de novo, até que alguém resolva o problema?.

Para a também dona de casa Inês Pinheiro de Oliveira, que tem três filhos na escola, a situação é ainda mais grave. ?O perigo não é só ali, tem também uma ponte, onde o ônibus também passa, que está rachando?. Outra moradora do bairro, Edília Pereira, está preocupada com o conteúdo de matérias que os filhos estão perdendo. ?As outras crianças estão indo para as aulas. As nossas vão ficar atrasadas?.

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Teresa Gouvêa, mãe de Raíssa, de sete anos, conta que a filha tem medo de passar pelo local. ?Um dia ela chegou contando: ?mãe, quase que hoje nós caímos no buraco?. O motorista até mandava as crianças segurarem no ônibus antes de passar perto do buraco.?

Ônibus com passageiros ainda passa pelo local

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A proibição, aparentemente, só vale para os ônibus escolares que levam os alunos. A linha regular de transporte de passageiros continua passando, e mesmo os ônibus escolares que levam e buscam professores e outros funcionários das escolas, continuam chegando regularmente ao Bairro Alto.

Os caminhões também passam normalmente, apesar do perigo, aumentado pela pouca sinalização próxima ao local o buraco fica entre duas curvas. ?Os carros se encontram sempre ali.

Os caminhões de entrega vêm, mas só porque são obrigados?, conta o comerciante Evaldo Lopes Franco, dono de um mercadinho no local. Enquanto a reportagem de O Estado conversava com ele, seu filho brincava com os amigos nos fundos do estabelecimento. ?Era para eles estarem na aula agora?, lamenta.

O DER informou, através de sua assessoria de imprensa, que a licitação está programada para começar na próxima semana.

Não há prazo, porém, para a conclusão do processo e início das obras no local. Segundo o DER, o trecho está sendo monitorado pelos técnicos diariamente e, de acordo com eles, na situação está hoje, não há risco para a passagem de qualquer veículo inclusive o ônibus escolar.

Procurada pela reportagem de O Estado, a Prefeitura fechou às 14h de sexta-feira. Ninguém da Prefeitura foi localizado para falar sobre a situação da escola municipal. (HM)