A Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele levou, ontem, aos 160 postos de atendimento em todo o Brasil, cerca de 40 mil pessoas que suspeitam estar desenvolvendo a doença. No Paraná, nove cidades foram atendidas – Curitiba, Londrina, Cascavel, Toledo, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Apucarana e São Jerônimo da Serra. De acordo com os médicos, o câncer de pele é doença que a cada ano faz mais vítimas no País. Prova disso é que, a cada campanha, em pelo menos 10% dos atendimentos confirma-se a formação ou existência de tumores malignos.
Segundo o chefe do setor de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Luiz Carlos Pereira, somente em época de campanha são registrados pelo menos cinco mil novos casos no País. O aumento da incidência se deve, segundo ele, a uma série de fatores, desde penetração maior dos raios ultravioletas e infravermelhos na atmosfera até aumento dos poluentes e o crescimento populacional em áreas que concentram extremo calor, fator que também leva ao câncer. ?As pessoas mais atingidas são aquelas com mais de 50 anos, principalmente de pele, olhos e cabelos claros.? A profissão também tem a ver com o assunto. ?Lavradores, vendedores, carteiros, engenheiros que vão a campo; ou seja, pessoas que trabalham expostas ao sol correm riscos?, destaca.
Cuidados
A aplicação do protetor na praia, piscina ou durante a prática de esportes deve acontecer a cada três horas, e o uso de chapéu deve ser priorizado para proteger o rosto, principalmente. Mesmo embaixo do guarda-sol, o filtro deve ser utilizado, porque os raios refletem na areia e vão direto para o veranista, com a mesma intensidade. Fugir do calor excessivo também é recomendado. E ao sinal de manchas escuras ou vermelhas localizadas, ou em crescimento, com ou sem sangramento, feridas que não cicatrizam, nódulos e verrugas, ardência intensa ao se expor ao sol e antecedentes de câncer de pele na família, deve-se procurar o médico, já que a detecção imediata é passo importante para a cura.
João Chentchuk demorou até ir a um dos pontos da campanha. Ele possui feridas no rosto que não estão cicatrizando há anos. O motivo é o trabalho, primeiro na área de telecomunicações, mexendo com as instalações ao ar livre, e depois como motorista. ?Ninguém nunca me orientou que devia usar protetor para trabalhar?, justifica.
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