Bombeiros enchem panela com “vaquinha”

Há cerca de dois meses os soldados do 5º Grupamento de Bombeiros (GB), de Maringá, fazem ?vaquinha? para preparar o cardápio do dia. Desde o corte da alimentação, feita com base em denúncia do Ministério Público (MP), o comandante, tenente coronel Almir Procides Júnior, aguarda um parecer do Tribunal de Contas (TC).
Em abrangência, o 5º GB é o maior do Paraná, com sete sedes e 144 municípios, é o único do Estado em que o soldado precisa arcar com despesas de alimentação. ?É ultrajante?, analisa o comandante ao esclarecer que mesmo em fim de carreira, um soldado do Corpo de Bombeiros recebe, em média, R$ 800,00 por mês.
A mudança do primeiro artigo da lei do Fundo de Reequi-pamento de Bombeiros (Fun-rebom) resolveria o problema. O texto, que pode ser alterado pelo Legislativo Municipal, exclui das obrigações do município custear despesas com a alimentação da corporação, cerca de R$ 80 mil por ano.

IMPEDIMENTO
Enquanto o TC não emitir o parecer, a prefeitura está impedida de repassar os recursos. Nesses 60 dias, o Estado também não se ?mexeu? para abastecer a despensa. ?Os soldados se reuniram e decidiram fazer vaquinha para comprar comida. É ultrajante?, repete Porcides.

O gasto semanal com comida encurtou ainda mais os salários já achatados dos soldados. ?A cada três dias eles têm que desembolsar R$ 5,00. Pelo salário que eles recebem é um valor que pesa no fim do mês?, analisa o comandante. A despensa vazia trouxe conseqüências também à população. Além da retirada das viaturas dos postos da Vila Operária e Maringá Velho, onde ficaram somente as ambulância para socorro a acidentes, a escala de trabalho também foi alterada por causa do corte na alimentação.

SARANDI
Se houver um incêndio em um desses dois bairros, o caminhão do Corpo de Bombeiros deverá sair do quartel central ou do jardim Alvorada. O Corpo de Bombeiros de Sarandi enfrentou o mesmo problema, mas foi solucionado através da alteração da lei. ?O parecer do Tribunal de Contas ainda não chegou até mim?, afirma o coronel. O comandante acrescentou que o município tem repassado em dia e integralmente os recursos do Funrebom para manter todas as outras despesas, incluindo reformas dos prédios e recuperação da frota.
Além do impasse no custeio da alimentação, Porcides aguarda também uma decisão da Justiça quanto ao uso da casa construída dentro do quartel, também questionado pelo promotor de Defesa do Patrimônio Público José Aparecido da Cruz. Após as denúncias de ilegalidade da utilização do imóvel, Porcides mudou com a família para um apartamento. (Fonte: O Diário do Norte do Paraná)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo