A secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, esteve ontem em Curitiba participando de uma audiência pública na Câmara Municipal sobre os reflexos dos programas do governo federal nessa área. Segundo ela, até o fim do ano o programa Bolsa Família deve atingir toda a população carente do País: cerca de 11 milhões de famílias que têm renda per capita de até R$ 120. Este ano vão ser distribuídos R$ 8 bilhões. No Paraná, 85% desta população é atendida.
A secretária fez uma avaliação positiva do Bolsa Família e outros projetos de transferência e geração de renda que integram o Fome Zero, um dos carros-chefes do PT na luta para se manter na presidência. Segundo ela, este mês deve fechar com 10 milhões o número de famílias beneficiadas, e em junho deve se chegar a 11 milhões, cobrindo toda a população carente do país, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Paraná, a cobertura é de 85%, o que corresponde a 249 mil famílias e sobe para 599 mil se for considerado todos os programas sociais do governo.
Para que o programa Fome Zero não naufragasse devido ao grande número de fraudes divulgadas pela imprensa, e ao fato de que muita gente carente ainda estava fora do programa, o governo adotou várias medidas no ano passado. Entre elas, a unificação dos programas Bolsa Escola, Cartão Alimentação e Vale-Gás ao Bolsa Família. O cadastro único aumentou o grau de confiabilidade das informações. Além disso, as prefeituras fizeram o recadastramento das famílias para manter atualizadas as informações e detectar possíveis fraudes. As prefeituras, que antes tinham dificuldade para disponibilizar servidores para fazer o serviço, começaram a receber recursos.
São cerca de R$ 6 por família. Em Curitiba são 37.912 bolsas, o que corresponde a R$ 200 mil. Depois que a lista está pronta, as cidades recebem R$ 2,50 para a manutenção. O dinheiro é usado principalmente para capacitar os funcionários. Também aumentou a faixa de acesso ao programa. A renda per capita que antes era de R$ 100 subiu para R$ 120. O valor dos recursos foram reajustados: quem recebia R$ 15 vai ganhar R$ 17 e as famílias que recebem R$ 95 passam a ganhar R$ 107. Antes existia a dificuldade para confirmar a freqüência das crianças na escola. O controle, que era de 19%, subiu para 98%. A secretária visitou vários projetos de geração de renda em Curitiba e na Região Metropolitana, além de almoçar com o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira Júnior, que mantém convênio com o ministério para a manutenção de um projeto de encubadora de cooperativas populares.