Mesmo diante de uma semana em que houve pouca chuva, um novo boletim de balneabilidade do litoral paranaense, divulgado ontem pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), mostrou que caiu de dez para nove o número de pontos próprios para banho.

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Dos locais em que a água apresentou uma qualidade boa para se banhar, cinco são em praias, a maioria em Guaratuba e um em Matinhos, e quatro são em rios, nas cidades de Morretes e Antonina (ver quadro).

Apesar de mais um panorama negativo, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, demonstra um certo otimismo em relação aos dados revelados pelo nono boletim.

“Apesar do número reduzido de locais próprios para banho na orla, em relação ao último boletim, esses pontos representam apenas 7,6 quilômetros com águas contaminadas nos 92 quilômetros do litoral”, afirma.

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Para que um local seja considerado apto para o banho, o espaço deve ter 80% de amostras positivas em cinco resultados em que pode ser apontada, no máximo, a presença de até 800 bactérias para cada 100 mililitros de água, conforme determina a Resolução 257 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O IAP orienta a população evitar entrar na água do mar próximo a rios, cursos d’água, canais de efluentes domésticos ou pluviais cujas águas desembocam na praia.

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Segundo o instituto, tomar banho em locais impróprios pode resultar em doenças como gastroenterite, infecções nos olhos, ouvidos e garganta, além de moléstias mais graves, como hepatite A, cólera e febre tifoide.

O monitoramento dos 48 pontos é realizado pelo IAP, com a colaboração da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar). Os locais escolhidos representam onde há maior fluxo de banhistas e risco de contaminação por esgoto doméstico, conforme determina a lei. Quando identificado o ponto, são colocadas placas indicativas, sendo 100 metros à direita e à esquerda do local analisado.

A professora e responsável pelo Laboratório de Ficologia e Qualidade de Água do Mar da Fafipar, Franciane Pellizzari, diz o que pode ter contribuído para o alto número de locais impróprios para banho.

“A frente fria estacionária que entrou na tarde de segunda-feira, levada por ventos do quadrante sudeste, tendem a aprisionar a massa de água contaminada, acumulada em certos pontos durante esta temporada, na costa. Isto em parte justifica os altos índices registrados na maioria das praias”, avalia.