Boca Maldita perde seu fundador

Dezenas de pessoas compareceram ontem ao salão VIP do Clube Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, em Curitiba, para se despedir do fundador e presidente da Boca Maldita, Anfrísio Fonseca de Siqueira. Aos 82 anos, ele faleceu no último domingo, por volta das 14h, no Hospital Nossa Senhora das Graças, vítima de falência múltipla dos órgãos. Cardíaco, estava internado há dez dias.

Anfrísio nasceu na cidade da Lapa no dia 27 de outubro de 1920. Veio para Curitiba com 6 anos de idade. Era bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Contábeis e ocupou vários cargos no governo estadual: foi prefeito de duas cidades (São João do Triunfo e Cornélio Procópio), delegado de polícia durante dez anos, fiscal de rendas estadual, diretor do Tribunal de Contas, diretor do Departamento de Arrecadação no Paraná, entre outros.

Funcionário aposentado do Tribunal de Contas do Paraná, tinha como maior orgulho a posição que ocupava à frente da Boca Maldita, se destacando como presidente da Confraria dos Cavalheiros da Boca, fundada há quase 47 anos. Defensor da liberdade de expressão, evitou que a Boca fosse fechada, na década de 70, pela ditadura militar. Atualmente, a instituição conta com mais de 1,5 mil cavalheiros. Os novos integrantes são empossados todos os anos, durante um jantar de confraternização realizado sempre no dia 13 de dezembro.

“Perdemos um paranaense idealista e amante de seu Estado, que prestou valiosos serviços à comunidade. Anfrísio era um crítico bondoso, afável e um grande conselheiro. Uma pessoa que deixa muitas saudades e vai fazer muita falta a Curitiba e ao Paraná”, declarou o presidente da Copel e ex-governador do Estado, Paulo Pimentel, que recebeu o título de cavalheiro da Boca na década de setenta.

Anfrísio foi definido pelo deputado Gustavo Fruet, nomeado cavalheiro no ano passado, como uma figura lendária de Curitiba. “Ele teve a capacidade de quebrar com a imagem de Curitiba como uma cidade fechada. Criou um espaço democrático, uma tribuna livre que atualmente é um exemplo para todo o País”, afirmou.

Já o conselheiro do Tribunal de Contas Fernando Guimarães, que recebeu o título de cavalheiro no ano retrasado, 0disse que Anfrísio foi uma figura emblemática. “Atleticano fervoroso, Anfrísio era um grande articulador. Ele vai fazer muita falta, mas sua instituição deve se perpetuar, pois tem vida própria na cidade de Curitiba.”

O corpo do presidente da Boca foi cremado às 17h no Crematório Vaticano, no município de Campina Grande do Sul. As cinzas serão levadas para a Lapa, cidade natal de anfrísio. Ele deixa esposa (Júlia Siqueira), quatro filhos (Anfrísio Júnior, Vera Helena, Yuri e Igor), cinco netos e dois bisnetos.

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