Biossegurança: divisão de opiniões

A Câmara Federal deve votar nesta semana o projeto de Lei de Biossegurança, que vem dividindo opiniões entre os setores religiosos e laicos da sociedade brasileira, principalmente no que se referente a células-tronco embrionárias. Para o doutor Salmo Raskim, especialista em genética médica e um dos dez brasileiros que fazem parte do Projeto Genoma Humano, caso a lei não seja aprovada, o Brasil irá continuar a depender de países desenvolvidos para a cura de doenças degenerativas, como a Inglaterra.

A proposta, que voltou do Senado para ser votada na Câmara, autoriza a pesquisa com células-tronco de embriões congelados há mais de três anos, além de estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam alimentos geneticamente modificados. Raskim diz que da forma como está o projeto, é um meio-termo, mas acredita que pode ser que não haja a sua aprovação, pois o artigo da lei sobre células-tronco havia sido retirado anteriormente, quando o projeto foi para o Senado. "Se isso acontecer, mais uma vez ficaremos para trás na pesquisa científica", considera.

A presidente da organização Movimento em Prol da Vida (Movitae), Andréa Bezerra de Albuquerque, está em Brasília com cerca de 40 representantes de todas as regiões do País, com o objetivo de acompanhar e exercer pressão para que o projeto de lei seja aprovado. Entre os representantes encontram-se pacientes de doenças neuromusculares e seus familiares. Andréa está confiante de que o texto do projeto será aprovado na íntegra.

Segundo ela, uma em cada mil pessoas pode desenvolver doenças neuromusculares genéticas ou adquiridas e, por isso, a continuação das pesquisas com células-tronco embrionárias é de vital importância. Andréa diz que não há como ficar radicalmente contra a pesquisa com os embriões congelados. "Pois, para esse material há dois destinos, o lixo ou a possibilidade de cura de doenças. Somente a falta de esclarecimento é que pode fazer alguém pensar diferente", explica.

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