A formação ou aperfeiçoamento de profissionais em paisagismo, uma atividade recente no País, é o objetivo do Curso Básico de Paisagismo marcado para os próximos dias 22 e 23, no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba. O curso faz parte da programação do 1.º Encontro de Floricultura e Paisagismo, o SulFlores, promovido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Emater, Ceasa, Ibraflor, Flortec, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Prefeitura de Curitiba.

O curso será dado pelo biólogo Gustaaf Winters, especializado em paisagismo na Holanda, autor de 150 projetos em São Paulo. A idéia é apresentar aos participantes do curso todos os campos do paisagismo, desde informações sobre a evolução histórica da atividade, até dicas sobre o desenvolvimento de projetos. Segundo Winters, a maioria dos profissionais do setor ainda é autodidata, o que pode resultar em erros graves na elaboração de projetos, como o uso de plantas inadequadas para determinadas regiões.

O principal conselho de Winters para os profissionais desta área é investir na formação. Como no Brasil ainda não existe um curso superior de paisagismo, ele orienta que os interessados busquem o máximo possível de informações em cursos ou livros. O paisagista acrescenta, por exemplo, que muitos profissionais não têm noção de botânica, o que pode causar alguns problemas.

Winters lembra que as plantas tóxicas já estão em terceiro lugar entre as causas de morte de crianças no país por acidente doméstico. Ficam atrás apenas dos casos de intoxicação com produtos químicos e mortes em piscinas. Segundo o biólogo, 40% das plantas usadas nos jardins são tóxicas e é preciso conhecer suas propriedades para evitar acidentes.

Os jardins residenciais vão ocupar parte dos debates do curso. Winters acredita que no Brasil ainda não existe uma cultura de investir em paisagismo. “O nosso cliente é complicado, porque ao construir uma casa não inclui no orçamento o projeto do jardim”, afirma. Além disso, diz que profissionais erram ao elaborarem projetos de prédios com jardineiras no lado sul da construção. Com isso, as plantas só recebem sol no verão, e excessivamente.

Praças

O paisagismo urbano é outro tema do curso. Levantamento feito por Winters em 1.838 praças de São Paulo mostra que 90% dos casos de depredação acontecem porque os aparelhos urbanos são inadequados, como os bancos de concreto com propaganda. “Eles são quentes no verão e muito frios no inverno. Além disso, as pessoas vão às praças para descansar mentalmente e não aceitam a imposição de anunciantes num espaço público. Assim, os bancos deixam de ser usados e acabam atraindo os vândalos”, diz.

A arborização de ruas, rodovias, cemitérios, áreas rurais, a recuperação de áreas degradadas e das matas ciliares também estão no programa do curso de paisagismo. Winters vai analisar os diferentes tipos de jardins, combinação de formas, cores, texturas e as plantas mais usadas no paisagismo contemporâneo. As aulas do curso acontecem das 9h às 18h. As inscrições custam R$ 240. Informações podem ser obtidas pelo telefone: (41) 352-1616/ ramais 151 e 152.

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