Curitiba foi palco, ontem, da abertura do Ano Internacional da Biodiversidade. O lançamento ocorreu durante a Segunda Reunião de Curitiba sobre Cidades e Biodiversidade, realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Parque Barigüi.
O evento tem como objetivo criar um plano de ação para que as cidades preservem a biodiversidade. Durante o encontro, o prefeito Beto Richa anunciou que Curitiba deverá incluir as questões de biodiversidade no seu Plano Diretor e recomendou que todas as cidades tomem a mesma atitude. A abertura contou com a presença da vice-ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira.
A ideia do prefeito fará parte do plano de ação, o qual todas as cidades levarão para a Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP 10), que ocorrerá em outubro, em Nagoya (Japão).
“Três em cada quatro brasileiros vivem nas cidades, o que nos faz pensar em políticas de desenvolvimento e de proteção à biodiversidade. É preciso mitigar as consequências do efeito estufa e conservar solo e vegetação”, comentou o prefeito.
Em 2006, Curitiba sediou a COP 8 e, na ocasião, foi escolhida para ser a cidade que daria abertura ao Ano Internacional da Biodiversidade. Para o membro da ONU Oliver Hillel, as ações principais para a preservação da biodiversidade são os planos locais citados pelo prefeito e também a conscientização da população e projetos mais abrangentes, como o da Biocidade, de Curitiba, que tem vários objetivos ambientais, como o plantio de árvores e a criação de ilhas de biodiversidade urbana.
Ontem à tarde, foi inaugurado em Curitiba um bosque que é considerado uma dessas ilhas (no bairro Santo Inácio). No total, 100 áreas desse tipo serão inauguradas na cidade.
O embaixador do Ano Internacional da Biodiversidade, Jean Lemir, mostrou, com dados concretos, que uma mudança em qualquer canto do mundo pode afetar toda a biodiversidade.
Durante mais de 400 dias, ele e sua equipe fizeram estudos na Antártida e confirmaram que as mudanças climáticas interferem na biodiversidade e, consequentemente, mudam a vida de todos os seres.
Ele citou o exemplo de um organismo que vive no oceano que, com os degelos, está desaparecendo. “Os chamados krill (camarões pequenos) ajudam a diminuir o CO2 da atmosfera. Então sem krills, mais CO2. Nós estamos perdendo muitas espécies. Nós temos que repensar nossa posição frente a todas as espécies, que acabam interferindo no mundo todo”, afirmou.