Bicicletas vão ganhar faixa exclusiva nas ruas

Os ciclistas vão ganhar, até o fim do ano, uma alternativa para circular pelas ruas de Curitiba. São as ciclofaixas ? faixas estreitas destinadas para a circulação das bicicletas, localizadas no lado direito da pista por onde passam os veículos.

A iniciativa, já aprovada pelo prefeito Cássio Taniguchi, é da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) em conjunto com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O custo para 50 km das ciclofaixas está avaliado em R$ 730 mil ? provenientes das multas municipais ?, e o projeto deve começar a ser implantado em dois meses.

Tolerância

Até que elas estejam completamente concluídas, em meados de novembro ou dezembro, a idéia é não apreender bicicletas nem aplicar multas (R$ 85,14) a ciclistas que forem flagrados nas canaletas de ônibus. “A apreensão começaria no último dia 5, mas 45% dos ciclistas, mesmo depois de três meses de campanha, insistiram em continuar andando nas canaletas. Por isso, resolvemos postergar a parte punitiva da campanha”, explicou o diretor da Diretran, José Álvaro Twardowski. Segundo ele, pesquisa realizada no fim de abril indicou que cerca de 3 mil ciclistas transitam por dia pelas canaletas.

As ciclofaixas vão ter sinalização horizontal, a princípio com pintura e pastilhas refletivas. Também haverá placas verticais indicando que se trata de via destinada a ciclistas e reforçando a idéia de que eles devem pedalar pela direita.

Mão única

A idéia, segundo Twardowski, é que elas sejam utilizadas em sentido único, sempre na mesma direção que os veículos. Estão sendo planejados 50 km de ciclofaixas, em locais ainda indefinidos.

“Existe recomendação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de que os ciclistas não devem pedalar em vias rápidas, em vias de grande movimento. Como o ciclista acabou se acostumando a andar pelas canaletas, por acharem mais fácil, a idéia é fazer as ciclofaixas nas paralelas às canaletas”, comentou.

A mesma iniciativa já foi implementada em várias cidades de Santa Catarina, mas com algumas peculiaridades. No Estado vizinho, por exemplo, a via é utilizada nos dois sentidos, e as ciclofaixas são exclusivas, segregadas com prismas de concreto na lateral da pista.

Com a finalização das ciclofaixas, aponta Twardowski, estará fechada a malha para bicicletas na área central da cidade. “As ciclovias estão geralmente nos bairros, interligando parques. Com as ciclofaixas, os ciclistas poderão ir à Praça Rui Barbosa e Praça Osório, por exemplo”, comentou, acrescentando que em áreas com grande número de pedestres, os ciclistas têm que descer da bicicleta.

Ciclovia

De acordo com o diretor da Diretran, as ciclofaixas não vão substituir as ciclovias. São 136 km de ciclovias em Curitiba, com alguns “trechos em bom estado e outros em mau”, reconhece Twardowski. Segundo ele, a Prefeitura está tentando um acordo para obter recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A previsão é que R$ 1,4 milhão sejam destinados à recuperação das ciclovias ? incluindo pavimentação, sinalização e iluminação pública ?, além da construção de 9 km de ciclovia ao longo da avenida Juscelino Kubischek e outros 15 km entre o Atuba (zona norte) e a Fazendinha (zona sul), dentro do projeto Linhão do Turismo. A idéia é que as obras sejam executadas no ano que vem.

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