Londrina – A biblioteca Lupércio Luppi, do Centro Cultural da região norte, recebeu ontem, para exposição, um instrumento, no mínimo, curioso: uma viola de 5,13 m de altura por 1,61 de largura. O instrumento, que é totalmente funcional, foi confeccionado pelo luthier maringaense João Sposito Neto, o João “Viola”, que, atualmente, quer inserir seu invento no Guinnes Book mundial, como a maior viola funcional já construída. A exposição da viola gigante ocorre até o final do mês, sempre das 12h30 às 18h, com entrada franca.
No dia 30, o luthier realiza show em parceria com o músico Paulo Santana, que irá tocar o instrumento. O show ocorre no próprio Centro Cultural da região norte, com horário ainda a ser definido.
João Viola nasceu em 1960, na área rural de Maringá e viveu sua infância junto ao avô, que era artesão e, nas horas vagas, construía violinos. Aos 8 anos, mesmo sem nenhuma ajuda do avô, João construiu sua primeira viola e, desde então, veio aprimorando a técnica até criar um estilo próprio de construir os instrumentos, que, segundo ele, “não são copiados de nenhum lugar”. Hoje, com 44 anos, João fabrica além de violas, violões, bandolins e craviolas na pequena oficina nos fundos de sua casa, todos com exclusividade. Já utilizaram seus instrumentos músicos muito conhecidos, como Almir Sater, Roberto Correia e Badia Medeiros. Apesar de já ter desenvolvido outras atividades, como letrista, entalhador, desenhista industrial, projetista e criador de logomarcas, o luthier nunca abandonou a paixão pela viola caipira e, atualmente, faz da confecção desses instrumentos sua única profissão.
Com o objetivo de “entrar para a história”, no dia 22 de fevereiro deste ano, João lançou um desafio para si mesmo: construir a maior viola caipira funcional já vista no mundo. Assim, em cinco meses e seis dias, o luthier fabricou a viola gigante, que possui 5,13 m de altura, 1,61 m de largura (no bojo do instrumento) e 34 centímetros de profundidade. As madeiras utilizadas na confecção foram a virola, também conhecida como ucuúba, e a caxeta, que, segundo João, são bem leves. As cordas foram importadas da Alemanha. A viola gigante de João Sposito já foi inserida do Guinnes Book brasileiro, na sessão de “inventos incríveis” e, agora, o luthier pleiteia uma vaga no livro mundial dos recordes. “Já estou conversando com pessoas no exterior e aguardando pelo contato do pessoal do Guinnes”, disse João Viola.
Londrina é a segunda cidade em que a viola gigante será exposta o instrumento já esteve em exposição em Maringá -, porém, de acordo com o luthier, a idéia é percorrer vários Estados com o invento. A viola é transportada de caminhão de uma localidade para outra. Para que seja tocada, de acordo com Sposito, a viola gigante é colocada na horizontal, sob um suporte próprio e, para realizar os acordes musicais, que geralmente são feitos com o pressionar dos cinco dedos da mão, é necessário utilizar a mão inteira. Quando perguntado sobre sua habilidade para tocar os instrumentos, João Viola é enfático: “Eu não faço questão de tocar, eu gosto mesmo é de construir os instrumentos”, disse.
