Foto: Arquivo/O Estado

 Estações-tubo serão desalinhadas e pistas sofrerão algumas correções. Canaletas vão ser readequadas.

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O prefeito Beto Richa anunciou ontem, com exclusividade a O Estado, que no ano que vem será implantada a linha Ligeirão, que ligará o bairro Boqueirão ao centro da cidade. Os ônibus serão os mesmos usados na Linha Direta, popularmente conhecida como Ligeirinho. Os veículos do Ligeirão não vão parar em estações-tubo durante o trajeto. O objetivo é ?aumentar a velocidade média dos ônibus?, segundo Richa. Isto diminuiria o tempo de viagem dos passageiros que precisam fazer esse deslocamento.

Para colocar a linha em funcionamento, será necessária a adequação das canaletas na Avenida Marechal Floriano Peixoto. As estações-tubos terão suas localizações alteradas, não ficando mais uma em frente da outra. Elas serão desalinhadas.

A pista também sofrerá correções. Essas medidas vão permitir que os ônibus Ligeirão tenham espaço para ultrapassar aqueles que param nestes pontos. Isto acabaria também com os comboios de veículos nas canaletas em horários de congestionamento.

As obras devem durar trinta dias e serão feitas preferencialmente à noite. Janeiro foi o mês escolhido porque é uma época de menor  demanda de passageiros. Após esse período, a linha poderá entrar em funcionamento. Os acertos finais da operação estão sendo definidos pela Urbs.

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O Ligeirão, ligando o Boqueirão ao Centro, é uma experiência da administração municipal e servirá como modelo para iniciativas futuras de interligar outros bairros distantes ao centro.

A nova linha teve inspiração no popular Ligeirinho, criado em 1991, com a ligação entre o Boqueirão e o Centro Cívico. Com o Ligeirinho vieram as estações-tubo, marcas registradas da cidade, que permitiram o embarque sem que o passageiro tenha que subir degraus para entrar no veículo. Em 1996, começaram a operar as Linhas Diretas que integram os municípios da Região Metropolitana de Curitiba. 

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Nova licitação para obras do Eixo Metropolitano

Cintia Végas

A Prefeitura de Curitiba lançou ontem, novo edital de licitação pública internacional para obras de implantação do Eixo Metropolitano de Transportes, que visa transformar o trecho urbano da BR-476 (antiga BR-116), em um novo corredor de transporte coletivo. Deve ser contemplado um trecho de 9,4 quilômetros, do Pinheirinho até o Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que representa 55% do total da obra, que será composta por mais 8,6 quilômetros, da UFPR até o Atuba.

Uma primeira licitação, que previa obras do Pinheirinho à Avenida Marechal Floriano Peixoto, havia sido lançada na gestão do ex-prefeito Cassio Taniguchi. Porém, a mesma foi revogada pela atual gestão devido a um impasse criado com a contestação do resultado. Na época, uma empresa que havia sido desclassificada na primeira fase de seleção recorreu à Justiça e acabou ganhando a licitação. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), principal financiador do projeto, não concordou e condicionou o repasse de recursos ao cancelamento do edital.

Dessa vez, as empresas terão até o dia 14 de fevereiro para apresentarem suas propostas – o edital custa R$ 1 mil. O investimento previsto é de R$ 136.315.000,00 (o Eixo completo deve custar US$ 133 milhões), sendo 90% do BID e 10% da Prefeitura. A expectativa é de que as obras tenham início em junho e duração de cerca de quinze meses. ?As obras vão gerar melhorias significativas no trânsito de Curitiba, reunificando a cidade. Com o Eixo, o corredor Norte-Sul deve ser desafogado em até 30%?, declarou Beto Richa.

Como vai ficar

O Eixo Metropolitano terá o sistema trinário de vias – pista exclusiva para ônibus, vias marginais como as chamadas ?vias rápidas? e vias para o acesso local. As pistas estarão todas juntas, paralelas à canaleta dos ônibus. As dez pistas para o tráfego de veículos serão divididas em cinco ruas paralelas: uma via central (canaleta para os ônibus) que vai operar nos dois sentidos, duas vias principais com três faixas em cada sentido, e duas marginais ou locais com uma faixa para cada sentido. As vias locais também terão uma faixa de cada lado para o estacionamento de veículos.

Com as obras, a Rede Integrada de Transporte terá um novo equipamento – as estações de integração, que serão oito nesta fase das obras. Cada estação terá, em média, dois mil metros quadrados de área construída. Elas também terão a função de integrar os dois lados da cidade. A licitação também prevê a construção das estações Vila São Pedro, Xaxim, Santa Bernadethe, Fanny, Marechal Floriano, Anne Frank, PUC e UFPR.

Em volta das estações, as pistas transversais ao Eixo formarão bolsões, consolidando os binários (sistemas de vias paralelas opostos).