Bênção dos carros reúne tradição, fé e má educação

A tradicional bênção dos capuchinhos na Paróquia Nossa Senhora das Mercês levou mais de 30 mil motoristas durante todo o dia de ontem nos arredores da igreja. As filas formadas na Avenida Manoel Ribas e na Júlio Perneta e Jacarezinho, nas Mercês, foram o bom termômetro da fé e da falta de educação no trânsito.

Segundo a agente de trânsito Elisabete Descheiner, de 42 anos e 15 anos de profissão, sobrou motorista tentando furar a fila. “É até contraditório, mas furam a fila para pedir proteção, sem qualquer respeito ao próximo. Além disso, vira e mexe tem alguém buzinando para mostrar que está insatisfeito com a fila”, lamentou. Segundo o frei Pedro Cesário Palma foi justamente para promover a conscientização dos fiéis que a equipe de 33 frades, que abençoaram os carros ontem, entregou aos motoristas um livreto com os 10 mandamentos dos motoristas e um folhetim com uma oração. “É preciso confiar na graça de Deus, mas é preciso dirigir com responsabilidade e respeito”, recomendou o frei.

Além dos motoristas, outras três mil pessoas passaram pela Igreja para receber a bênção repetida há 57 anos sempre na primeira sexta-feira de janeiro. Destes 57 anos, a uruguaia Gloria Mazzoni, 80, participou dos últimos seis. “Aprendi com meu marido Pablo, que nunca se envolveu em acidente. Ele faleceu há quatro meses com infecção generalizada, mas seguirei com isso e com o respeito às leis de trânsito e aos outros”, garantiu. Ela carregava o quadro com a foto do marido e a Camila, o cachorro de rua que recolheram há nove anos.

Veja na galeria de fotos dos fiéis.

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