Nesta época do ano os órgãos de segurança começam a ficar alertas sobre dois acidentes comuns: os incêndios provocados por balões e as ocorrências envolvendo quedas e choque elétrico em decorrência das pipas presas nos fios. Nos meses de junho e julho acontecem as festas típicas, quando soltar balões acaba fazendo parte da cultura. Porém, a atividade é considerada crime. Podem ser penalizados quem fabrica, vende, transporta ou solta.
Quem faz o alerta é o tenente do Corpo de Bombeiros Eduardo Pinheiro. Segundo ele, os balões são produzidos com papel de seda e tochas de fogo – feitas com estopa ou parafina -, que se mantêm acesas mesmo depois que o papel é consumido: “E esse é o grande problema, pois essa tocha fica acesa durante o deslocamento e acaba atingindo áreas de vegetação e residências”. Pinheiro disse que não existem estatísticas sobre essas ocorrências, já que são registrados os incêndios e não as causas. Porém, destaca que nesta época do ano os balões colocam em risco a vida de muitas pessoas.
No Código Florestal, desde 1965, a atividade de soltar balões é considerada crime e prevê penas de seis meses a um ano de detenção, além do pagamento de multas que vão de um a 100 vezes o valor do salário mínimo. Já a Lei de Contravenções Penais, de 1941, diz que a atividade traz grande risco ambiental e a enquadra como ocorrência policial, podendo os envolvidos ser penalizados de 15 dias a dois meses de prisão. O tenente Pinheiro afirmou que qualquer pessoa que verificar a confecção ou soltura desses balões pode denunciar à polícia: “A segurança pública precisa do apoio da comunidade para evitar esses crimes”, justifica.
Pipas
Nestes meses também aumenta a freqüência das brincadeiras com pipas, já que os ventos são mais favoráveis para a atividade. O técnico de segurança do trabalho da Copel, Maurício Rocco, diz que além dos acidentes envolvendo choques elétricos, são registradas muitas quedas: “O que ocasiona o acidente é que as crianças sobem no poste para tirar a pipa e caem de alturas que chegam a seis metros”.
Outro problema das pipas é que algumas utilizam barbantes que possuem fios metalizados, que acabam se transformando em condutores de energia. Mas o perigo maior é a utilização de cerol, uma espécie de cola com cacos de vidro. Rocco lembra que isso era utilizado antigamente nas chamadas “guerras de pipas”, quando o produto servia para cortar a linha do adversário. Ao encostar no fio elétrico, esse produto provoca choque. “Como agravante, quando é largado nas ruas, o cerol pode provocar muitos acidentes. Eles ficam geralmente na altura do pescoço: se um motoqueiro passar em alta velocidade, pode ser degolado”, alertou.
Palestras
Segundo Maurício Rocco, a Copel tem realizado uma série de palestras em escolas para orientar os alunos. Além disso, colocam freqüentemente mensagens nas faturas de energia. Rocco avisa que os pais precisam ficar atentos, e levar os filhos para brincar em locais abertos, longe dos cabos de energia. Se a pipa ficar enroscada, uma equipe da Copel pode ser acionada pelo telefone 0800-410196. “As pessoas devem ter consciência que energia é conforto e não pode representar perigo”, finalizou.